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Angola

Sistema judicial em Angola provoca debate entre juristas


Tribunal provincial do Namibe
Tribunal provincial do Namibe

Há quem defende reforma do sistema mas Presidente da República nega existência crise no sector

As prerrogativas que o Presidente da República tem para pedir a demissão de titulares dos órgãos de justiça, aparentemente sem consulta ao Conselho da Magistratura Judicial (CSMJ), estão a ser interpretadas por especialista em direito como sendo o resultado do “dúbio sistema judicial” angolano.

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O jurista e líder da Associação Justiça, Paz e de Democracia (AJPD) diz que a Lei Constitucional angolana é clara quanto à separação de poderes, mas sublinha que o problema reside no modo de aplicação deste princípio.


Para Serra Bango, tudo começa com a nomeação dos juízes pelo Presidente da República e consequente a escolha do juiz- presidente entre as figuras da sua conveniência, e ainda com a definição pelo poder executivo do orçamento do CSMJ.

“É aqui onde se percebe, ainda que de forma sub-reptícia, a intromissão do Presidente da República nos assuntos internos de um outro órgão de soberania”, defende.

Em meio à crise no sector da justiça na sequência da auto-demissão da ex-presidente do Tribunal de Contas, Exalgina Gamboa e de alegados casos de corrupção e de peculato envolvendo o presidente do Tribunal Supremo, o jurista António Kangombe defende a reformulação do actual sistema judicialpara permitir que os juízes sejam eleitos pelos seus pares e não nomeados pelo Chefe de Estado.

Opinião contrária tem, entretanto, o jurista Lindo Bernardo Tito quem considera de “interferência positiva” o pedido de demissão feito por João Lourenço à ex- presidente do TC sob o argumento que o titular do poder executivo tem poderes legais para agir nestes moldes “sempre que esteja em causa o bom funcionamento das instituições do Estado”.

Entretanto, o Presidente da República negou, na semana passada, a existência de uma crise institucional no país e disse desconhecer até agora o envolvimento do juiz- presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo , em actos ilícitos.

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