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Sinprof cauteloso apesar de empurrado para uma greve já


Professores pedem paralisação
Professores pedem paralisação

Sentimento de revolta apresentado ao Executivo, que tem cinco dias para evitar tal cenário

O Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof) chega à nova ronda negocial com o Governo angolano, aberta nesta quinta-feira, 18, em Luanda, a exigir atenção ao tempo de serviço na transição para o novo estatuto de carreira dos agentes da educação, enquanto milhares de filiados continuam a defender uma greve já.

A organização sindical presidida por Guilherme Silva reafirma que não descarta um cenário de paralisação, que ficaria a dever-se também à falta de promoções, mas diz que é preciso esperar pela última palavra, daqui a uma semana.

Professores em pé de guerra em Benguela - 1:52
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Se dependesse dos professores, já o sector da Educação estaria a braços com a segunda greve do ano, bem antes do dia 22, data estipulada para uma resposta à contra-proposta da comissão sindical que negoceia com o Governo angolano.

Em Benguela, palco do sétimo Conselho Nacional do Sinprof, no último final de semana, ficou patente a posição de milhares de professores, que apontaram para a existência de condições legais para um cruzar de braços.

“Estudámos o memorando e vimos que há uma cláusula a dizer que a próxima paralisação estaria implícita num incumprimento. Como já há incumprimento, perguntamos se vamos negociar o quê. Será que não há dinheiro? Não acredito, até porque 50% da dívida pública é falsa, estamos a falar de biliões. Se a greve é um instrumento legal, então vamos a isto. Os nossos direitos são cuspidos’’, refere um grupo de professores revoltados.

Até para honrar, dizem os professores, a memória de Armindo Cambelele, ex-secretário na província de Benguela, assassinado na sua própria casa.

Ainda assim, o sindicalista Guilherme Silva, presidente do Sinprof, actualmente com mais de 80 mil associados, refere que é preciso esperar pela posição do Governo.

“Demos um prazo, até ao próximo dia 22, para se pronunciar sobre a transição tendo em conta o tempo de serviço. Se eles insistirem que não conta, vamos respeitar a vossa voz. Devemos falar do que existe agora, é disto que vivemos, não no reajuste que virá no próximo ano. Vamos estar unidos, não descartamos a greve’’, avisa Silva.

Recorde-se que no discurso sobre o Estado da Nação, o Presidente da República, João Lourenço, referiu-se ao novo estatuto da carreira dos professores como um ganho para a Educação, mas não fez menção ao dilema do tempo de serviço.

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