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Sindicatos ameaçam paralisar função pública de Angola


Aumento de 5% é "um insulto" dizem sindicalistas

As três principais centrais sindicais angolanas ameaçam paralisar a função pública se o Governo não anular o anunciado aumento de 5% do salário da função pública.

O Governo de Angola anunciou, em Conselho de Ministros, nesta quarta-feira,17, o ajustamento das tabelas salariais da função pública de 5% sobre o salário base.] de uma tabela salarial atualizada

O executivo angolano justifica a medida com a a reposição “de forma parcial, do poder aquisitivo dos funcionários públicos e agentes administrativos e garantir maior eficiência administrativa e melhoria contínua da qualidade dos serviços públicos”.

Em reação à medida do Governo, a UNTA, a Força Sindical e a CGSILA- Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola, consideram “um insulto” o anunciado reajuste salarial e acusam o governo de não manifestar qualquer interesse nas contraproposta das três organizações sindicais .

Admar Ginguma, secretário geral do Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof) diz que a decisão do Governo não reflete o espírito que norteou as negociações ocorridas há uma semana entre representantes do Governo e dos três sindicatos .

“Estamos a propor um reajuste salarial na ordem dos 250% olhando para a inflação acumulada de 15% e o deadline é o dia 31. Se o Governo não fizer nós vamos partir para uma greve geral na função pública”, avisou Ginguma

O presidente do Sindicato dos Médicos de Angola, Adriano Manuel, também não encontrou outro termo para qualificar o reajuste salarial anunciado pelo Governo.

“A caixa de óleo alimentar está a custar 35 mil Kwanzas, um valor muito acima do salário mínimo nacional que é de 32 mil kwanzas”, precisou aquele sindicalista angolano.

Víctor Aguiar do sindicato de trabalhadores do sector petrolífero de Angola (STOSPA), é outro sindicalista que manifesta desapontamento com o governo mas também com os negociadores dos sindicatos que, segundo afirmou, não reuniram com todas as sensibilidade sindicais do país.

Aquele sindicalista defende que “o reajuste salarial devia ser calculado com base no preço da cesta básica”.

Entretanto, a ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, disse que a medida tem efeitos nos salários deste mês, e decorre no âmbito do roteiro, em curso, para a implementação da nova Tabela Salarial da Função Pública.

"Em sede do roteiro, o Executivo não fechou a possibilidade, caso haja necessidade ou iniciativa do Titular do Poder Executivo, do ajustamento poder ser feito de forma pontual”, disse.

Aquela governante reconheceu que os cinco por cento não repõem, de todo, o poder de compra que os agentes e funcionários públicos deixaram de ter há algum tempo.

A ministra assegurou, por outro lado, a execução, com retroactivos de um ano, dos subsídios de isolamento referentes ao pagamento de renda e instalação para os funcionários que forem destacados para trabalhar nas zonas recônditas.

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