O secretário-geral da UNTA, Joaquim Laurindo, confirma que a gestão do laboratório central do Hospital Geral deverá ser confiada a uma entidade privada, numa altura em que centenas de pacientes criticam a subida de preços no Banco Externo.
O sindicalista e membro do Conselho de Concertação Social de Benguela revelou que chegou a abordar o assunto com a direcção do Hospital Geral.
José Laurindo considera que a medida, seja ela uma privatização ou terceirização, pode ser benéfica, mas lembra que há cidadãos sem capacidade financeira.
“Os laboratórios dos nossos hospitais públicos estão sem condições, sem reagentes, já não realizam análises clínicas. Por isso surge, tanto quanto sei, uma empresa que traga know-how e dinheiro’’, salienta Laurindo, que disse falar ‘’numa perspectiva pessoal’’.
São muitas as debilidades de uma unidade sanitária que beneficiou de um projecto de reabilitação e modernização avaliado em mais de 40 milhões de dólares norte-americanos, quase metade do orçamento da província.
À espera do desfecho deste caso, vários pacientes, que optaram pelo anonimato, lamentam o preço das consultas no Banco Externo, fixado em 1000 Kwanzas, contra os trezentos anteriores.
“Pagar mil kwanzas por uma consulta está muito mal. Não sei como será com as pessoas que chegam do mato, sem nada no bolso. Nem parece que é um hospital do Governo’’, sustenta um cidadão, enquanto outras diziam: “Temos muitas doenças, há vários anos, mas estamos sem dinheiro para chegar ao Banco Externo’’.
Teme-se que a província volte a passar por momentos como os que levaram o governador provincial, Isaac dos Anjos, a defender medidas de prevenção
“Vários surtos epidémicos criaram entre nós um certo desconforto, aumentando sobremaneira a procura das nossas unidades. Os profissionais de saúde fizeram um esforço acima das suas forças para controlar a situação’’, recorda o governante.