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Setenta por cento dos são-tomenses não têm acesso a água tratada


Moradores do distrito de Lembá sem água potável, São Tomé e Príncipe
Moradores do distrito de Lembá sem água potável, São Tomé e Príncipe

Técnicos do Instituto Nacional de Água (INA) dizem que dos 95 por cento dos cidadãos que têm acesso à agua, cerca de dois terços deles recorrem aos rios contaminados com enúmeras bactérias.

Dados oficiais apontam que 70 por cento dos são-tomenses não tem acesso a água tratada, apesar de o país ter potencial em recursos hídricos.

O Governo não consegue garantir água com qualidade à maioria da população e, em consequência, o quadro das doenças de origem hídrica é cada vez mais preocupante.

Técnicos do Instituto Nacional de Água (INA) dizem que dos 95 por cento dos cidadãos que têm acesso à agua, cerca de dois terços deles recorrem aos rios contaminados com enúmeras bactérias.

“Nas zonas urbanas a água que chega à população é tratada, mas nas zonas rurais temos um grande desafio que é o tratamento da água”, conforma José Bastos do INA.

A maioria da população dos arredores da capital e das zonas rurais utiliza e consome água directamente dos rios sem qualquer tratamento, por isso, uma habitante de distrito de Lobata pede que o Governo olhe para a população.

"Estamos a beber água muito suja. Nos dias de chuva pior ainda”, lamenta.

Os técnicos de saúde dizem que as infecções intestinais e outras doenças de origem hídrica são cada vez mais frequentes.

“O nível de contaminação da água que a população bebe é muito alto. Muitas pessoas estão a ser evacuadas para Portugal com problema de insuficiência renal devido a má qualidade da água”, revela um técnico do posto de saúde de Porto Alegre em Cauê que preferiu manter o anonimato.

Os responsáveis da Empresa de Água e Electricidade (EMAE) não escondem que mesmo a água tratada nos sistemas de abastecimento também acaba por ser contaminada ao longo das condutas de distribuição.

“As condutas têm muitos furos, são vandalizadas pela população e como nem sempre têm água, quando chove a água suja e contaminada penetra na rede”, revela Nilton Lima, director de água da EMAE, quem sublinha que as condutas de distribuição na cidade capital e arredores são da era colonial.

Grande parte de edifícios de serviços públicos, incluindo escolas e hospitais, também não tem água canalizada devido à degradação da rede.

“É um sufoco para os profissionais e para os utentes”, desabafa um enfermeiro do Hospital Ayres de Menezes que também pediu anonimato.

Refira-se que o Governo assinou neste mês um acordo de financiamento com o Banco Europeu de Investimento no valor de 15 milhões de euros para a reabilitação da rede de conduta de água na cidade de São Tomé e arredores.

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