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Seis acusados de conspiração contra o Estado negam ligação com autoproclamada Junta Militar da Renamo


Os seis acusados, Tribunal de Dondo, Moçambique
Os seis acusados, Tribunal de Dondo, Moçambique

Cinco dos seis réus acusados de conspiração contra o Estado, por recrutar homens e financiar a autoproclamada Junta Militar da Renamo, negaram em tribunal qualquer ligação com o grupo, ao fim de quatro sessões de julgamento. O sexto disse que foi detido por engano, ao ser confundido na estação ferroviária onde ocorreu a detenção.

Seis acusados de conspiração contra o Estado negam ligação com autoproclamada Junta Militar da Renamo
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O ex-deputado da Renamo, Sandura Ambrósio, tido como financiador da autoproclamada Junta Militar, foi o último dos seis réus a ser ouvido pelo Tribunal Judicial Distrital de Dondo, na quarta-feira, 22, e voltou a negar a acusação de financiar o grupo liderado pelo general da Renamo Mariano Nhongo.

“Tudo é uma pura mentira, que eu liguei ao senhor (António) Bauase a lhe pedir que procure homens para a minha empresa de segurança” e “muito menos recrutar para a Junta Militar” disse em tribunal Sandura Ambrósio.

Na sessão anterior, António Bauase, considerado influente membro da Renamo em Marromeu, também negou ser o recrutador da autoproclamada Junta Militar da Renamo, apesar de ter confirmado a sua participação, nas matas da Gorongosa, no congresso inaugural do grupo, na qualidade de membro da Renamo.

Os restantes arguidos demarcaram-se do crime de conspiração, defendendo em tribunal que não sabiam que estavam a ser recrutados para integrar a autoproclamada Junta Militar da Renamo e que tinham viajado de Marromeu para Nhamatanda sob promessa de emprego.

Um dos arguidos reafirmou que foi detido por engano, e disse que não conhecia o antigo deputado da Renamo, nem o recrutador, e muito menos os restantes três supostos recrutas.

O advogado de defesa, José Capassura, disse que apesar de algumas incongruências nas declarações de alguns réus, espera que os exames de criminalística absolvam os seus constituintes, que insiste serem inocentes no crime de conspiração.

Perseguição política

Entretanto, em declarações à VOA, Mariano Nhongo, considerou o julgamento “uma farsa” com motivações políticas, e que os réus nunca estiveram ao serviço da autoproclamada Junta Militar da Renamo para recrutar homens para o grupo.

“Sandura está a ser perseguido por Ossufo (Momade) porque ele protestou na Beira a eleição de Ossufo (Momade) e arrastou muitas pessoas” acusou Mariano Nhongo em declarações por telefone supostamente a partir das matas da Gorongosa.

“Nunca contratei ninguém para recrutar homens para a Junta, eu recebo homens que se entregam voluntariamente, e nunca precisei recrutar” acrescentou.

Sandura Ambrósio
Sandura Ambrósio

Sandura Ambrósio, foi deputado da Renamo até janeiro deste ano, mas já tinha anunciado a saída do partido em 2019 para se filiar ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política do país.

O ex-deputado concorreu a mais um mandato nas eleições legislativas de 15 de outubro do ano passado pelo MDM, no círculo eleitoral de Sofala, mas não conseguiu a reeleição.

A próxima sessão de julgamento dos seis réus continua com alegações finais na sexta-feira, 24, no Tribunal Judicial Distrital de Dondo, cerca de 30 quilómetros da Beira, segunda maior cidade de Moçambique.

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