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São Tomé: Mais de 50% dos reclusos voltam a praticar crimes


Especialistas apontam estigma e destruição da estrutura familiar como algumas das causas da reincidência

Mais de 50 por cento dos reclusos em prisão no único estabelecimento prisional de São Tomé regressaram à cadeira depois do cumprimento da pena por pratica de novos crimes.

Psicólogos e responsáveis da instituição apontam a destruição da estrutura familiar, o estigma e a falta de acompanhamento pós o cumprimento da pena como as causas da reincidência.

Maria Cristina dos Santos directora de proteção social do único estabelecimento prisional e de reinserção social de São Tomé disse que em cada 20 presos “pelo menos 10 a 12 voltaram”,

A falta de acompanhamento depois do cumprimento da pena como uma das causas da reincidência.

Um recluso que aprendeu artesanato no centro da formação da cadeia falou a nossa reportagem e pede apoio para continuar a atividade lá fora depois do cumprimento da pena.

“Vou precisar de um espaço e uma verba para iniciar o negcio”, disse sem mostrar o rosto sublinhando que se ´isso não acontecer será dificil iniciar uma vida nova.

O diretor geral dos serviços prisionais e de reinserção social, Denilson Cunha indica a destruição da estrutura familiar como outra causa da reincidência dos reclusos.

“Este o grande problema. Eles quando saem da cadeia encontram a família desestruturada e voltam a cometer outro crime por falta de ambiente familiar”, sublinhou o diretor que também considera que a superlotação da cadeia dificulta a reeducação devido a convivência entre presos primários e multi-reincidentes.

Por outro lado, o psicólogo, Agnaldo de Assunção Lima vê o estigma como a principal razão da reincidência dos reclusos.

“O facto de terem estado na cadeia a sociedade não os abraça e eles veem a cadeia como unico refugio, como melhor local para eles”, revelou o psicólogo que acompanha diariamente dezenas de reclusos na cadeira central de São Tomé.

O país com cerca de 200 mil habitantes tem uma população prisional de pouco mais de 300 reclusos, e menos de 10 são mulheres.

A ministra da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos, Ilza Amado Vaz garante que uma das prioridades do governo é a construção de uma nova cadeia.

“Mas para já temos uma solução para separar os presos primários dos muli-reincidentes que é a reabilitação de uma infraestrutura na Roça São José, onde há também condições para boa pratica de agricultur”, disse

“O Governo está a trabalhar nisto e há curto prazo, pelo menos 100 reclusos vão ser transferidos para aquela roça”, acrescentou.

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