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São Tomé e Príncipe: Pequenos agricultores de cacau forçados a deitar fora a sua produção 


A Satocao, a maior empresa de exportação de cacau de São Tomé e Príncipe, decidiu suspender a compra do cacau aos pequenos agricultores devido a crise no mercado internacional, provocada pela pandemia da Covid-19.

São Tomé e Príncipe: Pequenos agricultores de cacau forçados a deitar fora a sua produção
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A empresa de capital Suíço, que opera desde 2010, comunicou ao governo São-tomense que pretende devolver ao Estado os terrenos de plantação adquiridos no âmbito do contrato entre as duas partes.

O Ministro da Agricultura, Francisco Ramos diz que foi apanhado de surpresa.

“É uma 'batata quente' para o governo e para o ministério da Agricultura; embora sendo uma atividade privada, ela tem consequências sociais e económicas no país”, disse o ministro.

A decisão da Satocao, numa altura em que se aproxima a época da grande colheita de cacau, está a deixar centenas de pequenos e médios agricultores sem rendimento.

“Apelamos o governo no sentido de encontrar uma solução porque a nossa vida depende só do cacau”, disse um dos agricultores entrevistados pela VOA.

Na Roça Laura, os agricultores dizem que uma boa parte da sua produção deste ano já foi deitada ao lixo.

“A Satocao de repente deixou de comprar o cacau. Nós não temos como secar, então estamos a deitar no mato para os ratos comerem,” disse outro agricultor.

O ministro da Agricultura disse que para minimizar o impacto da crise de exportação do cacau, a empresa solicitou ao Governo uma garantia financeira para ter acesso a um crédito de 800 mil euros num dos bancos comerciais do país, o que ainda não foi decidido pelo executivo.

A CASCA LDA, outra empresa de exportação do cacau convencional de São Tomé e Príncipe também suspendeu a compra do produto aos pequenos agricultores pelas mesmas razões.

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