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São Tomé e Príncipe: Delfim Neves aposta em terceira via mas analistas duvidam


Delfim Neves, presidente do Parlamento de São Tomé e Príncipe
Delfim Neves, presidente do Parlamento de São Tomé e Príncipe

O presidente do Parlamento são-tomense, Delfim Neves, anunciou a criação de um novo movimento cívico, “Basta”como terceira via para a governação do país, alegando que a população está cansada dos partidos políticos.

Analistas políticos consideram que este movimento vai dividir votos nas próximas eleições legislativas e contrariar a tendência da bipolarização política que se tem verificado nos últimos tempos no país.

Para o analista político Liberato Moniz, a justificação de Delfim Neves para a criação do movimento “Basta” manifesta uma profunda incongruência.

“Não se compreende como é que um político com grandes responsabilidades num dos maiores partidos do país, o PCD, aparece a liderar um movimento cívico que pretende concorrer às eleições de Setembro próximo, alegando que a população está cansada dos partidos políticos”, diz o analista, afirmando que será um movimento para manter as mesmas práticas que os partidos têm levado à cabo no país.

Moniz acrescenta ainda que Delfim Neves tem dois pesos e duas medidas pelo facto de o presidente do Parlamento ter defendido na recente revisão da lei eleitoral a exclusão dos movimentos cívicos nas candidaturas às eleições legislativas.

Por seu lado, a jurista Célia Posser lamenta a emigração de alguns dirigentes dos actuais partidos do arco da governação para o movimento, liderado por Delfim Neves.

“Quando determinadas figuras se apresentam para este movimento ficamos com alguma dúvida se se trata mesmo de uma terceira via para a governação do país”, questionou Célia Posser.

Outro analista político Celsio Junqueira considera que o surgimento deste movimento é resultado de sequelas das eleições presidenciais do ano passado em que foi notória a divergência entre os partidos que fazem parte da atual coligação governamental.

A VOA tentou ouvir Delfim Neves sobre a criação do movimento “Basta”, mas até agora sem sucesso.

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