A Rússia reconheceu que a companhia Alrosa vai ter que vender a sua participação na mina de diamantes de Catoca, em Angola, e confirmou haver já companhias interessadas em adquirir a sua participação.
O vice-ministro das finanças russo, Alexey Moiseev, citado pelas agências russas Interfax e Tass disse que os angolanos têm “razões justas na generalidade” para quererem que a Alrosa saia da companhia que explora os diamantes, porque companhias ocidentais envolvidas na compra dos diamantes ou no fornecimento de material recusam-se a negociar, devido à presença da Alrosa.
Moiseev disse estarem agora a ser analisadas “várias opções”, mas acrescentou que “o significado disto é que a participação terá, aparentemente, que ser vendida”.
O vice'ministro russo afirmou ainda que as negociações para a saída da Alrosa estão a desenvolver-se “numa direção construtiva”, adiantando que o preço da participação da Alrosa na empresa de Catoca está a ser discutida com “investidores amigos”.
“Há, fundamentalmente, conversações normais, investidores amigos apareceram e tudo isto pode ser feito de um modo sem litígio e incidentes”, disse Moiseev, que não deu, contudo, a conhecer um calenário para a saída da Alrosa do projeto de Catoca, nem o nome desses investidores.
Recentemente, o secretário de estado angolano para os Recursos Minerais disse que a solução do contencioso que Luanda tem com a multinacional russa dos diamantes, Alrosa, deveria ser encontrada através de uma decisão política.
O semanário angolano, Expansão, tinha antecipado que o governo de Angola estava a forçar a saída da Alrosa da Sociedade Mineira de Catoca, por se ter tornado tóxica para a comercialização de diamantes angolanos, devido às sanções internacionais à Rússia, mas a multinacional exigia fechar contas para efetuar a saída da estrutura acionista da empresa mineira de Catoca.
Moiseev tinha, anteriormente, afirmado que a pressão de Angola para a Alrosa abandonar o projeto de Catoca era “uma questão problemática nas relações com o governo angolano”.
A Alrosa detém 41% da companhia de exploração de diamantes de Catoca.
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