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Repressão policial contra manifestações da oposição deixa dois mortos no Quénia


Apoiantes do líder da oposição no Quénia, Raila Odinga, correm depois de a polícia usar gás lacrimogéneo para dispersar manifetações em Nairobi, Quénia, 7 Julho 2023
Apoiantes do líder da oposição no Quénia, Raila Odinga, correm depois de a polícia usar gás lacrimogéneo para dispersar manifetações em Nairobi, Quénia, 7 Julho 2023

Líder da oposição pede protestos semanais contra o Governo de William Ruto.

Autoridades quenianas diseram que duas pessoas morreram neste sábado, 8, na sequência de ferimentos depois da repressão policial com gás lacrimogéneo contra manifestantes da oposição, ontem em várias cidades do país.

"Tivemos outra morte, elevando o número de mortos para dois como resultado das manifestações de ontem", informou George Rae, presidente e director executivo do Hospital Jaramogi Oginga Odinga em Kisumu, um reduto da oposição no Lago Vitória.

Ontem, a polícia disparou gás lacrimogéneo na capital Nairóbi, contra a caravana do líder da oposição, Odinga, e tomou medidas semelhantes contra as manifestações nas cidades de Mombaça e Kisumu.

Neste sábado, a polícia voltou a usar gás lacrimogéneo contra um protesto de representantes da sociedade civil que exigiam a libertação de dezenas de pessoas detidas durante os protestos.

Entre eles estava o antigo presidente do Tribunal Supremo, Willy Mutunga.

Pedidos de investigação

"Não se justifica de forma alguma que a polícia atire gás lacrimogéneo contra nós quando viemos pacificamente pedir a libertação de activistas inocentes detidos nas celas desde ontem", disse o advogado Lempaa Suyianka, que revelou que “alguns deles ficaram feridos e precisam de atenção médica".

A Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quénia pediu hoje "uma investigação completa de todos os incidentes relatados de brutalidade policial", somando-se ao coro de condenação de grupos de defesa de direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional, contra "prisões arbitrárias".

"Os actos de brutalidade policial, incluindo o uso de força excessiva que resultaram em ferimentos e a prisão e detenção de manifestantes pacíficos, são claras violações de... provisões constitucionais", disse a comissão em comunicado.

O porta-voz de Odinga, Dennis Onyango, disse à AFP que a sua aliança Azimio pretende realizar "pelo menos um (protesto) por semana" contra as políticas do Governo do presidente William Ruto, com o próximo previsto para quarta-feira, 12.

C/AFP

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