A Renamo voltou a propor que o seu fundador e líder histórico Afonso Dhlakama seja declarado herói nacional, uma proposta vista com bons olhos pelo MDM, também na oposição, enquanto a Frelimo, no poder, diz que o assunto deve ser tratado em sede da Comissão Nacional de Títulos Honoríficos da Assembleia da República.
A proposta foi feita, outra vez, por Viana Magalhães, chefe da bancada parlamentar da Renamo, na abertura solene segundo sessão ordinária da nona legislatura da Assembleia da República.
“Na verdade, quiçá fruto do reconhecimento da justeza da luta da Renamo, assistimos algumas personalidades a serem condecoradas, algumas das quais outrora ligadas à Renamo, mas o presidente Afonso Dhlakama em vida sempre disse que a maior condecoração que podia receber era a de ter o seu povo com a liberdade de eleger e ser eleito de forma democrática”, afirmou Magalhães, quem lembrou que o facto de o nome de Afonso Dhlakama estar incrustado nos corações dos moçambicanos merece o reconhecimento do Estado pela sua contribuição na construção de um Estado novo em Moçambique.
Este posicionamento foi corroborado pelo partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que segundo Fernando Bismarque, porta-voz da bancada parlamentar.
Bismarques considerou que “é preciso reconhecer a contribuição de Afonso Dhlakama na conquista da democracia, até porque, independentemente dos meios usados, pelo menos Afonso Dhlakama forçou que saíssemos de um regime mono para multipartidário, então é preciso reconhecer o contributo de Afonso Dhlakama e nada obsta que para o MDM que seja considerado como tal porque se Moçambique está a viver um regime multipartidário na democracia plena, embora com algumas falhas, deve-se à luta e ao engajamento” de Dhlakama.
Por seu lado, para o porta-voz da Frelimo, Caifadine Manasse, é um assunto que deve ser analisado ao nível da Comissão Nacional de Títulos Honoríficos e caso chegue ao Parlamento será devidamente analisada.
“Existe uma lei e uma comissão que trata esses assuntos, como a Renamo diz que vai submeter uma proposta à Assembleia da República para a apreciação, nós vamos apreciar ao nível da Assembleia da República”, prometeu Manasse.
Desconhece-se por agora quando a Renamo pretende apresentar a proposta ao Parlamento.