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Relatos de mortos em três dias de combate em Palma, na província de Cabo Delgado


Palma, Cabo Delgado, Moçambique, 24 Março 2021
Palma, Cabo Delgado, Moçambique, 24 Março 2021

Jornais sul-africanos dizem haver expatriados entre os mortos, cujos corpos estão espalhados, Governo de Pretória segue situação e Maputo continua em silêncio

Empreiteiros sul-africanos são dados como desaparecidos e um terá sido morto em Palma, na sequência dos ataques registados na sexta-feira, 27, perto dos projectos de gás na província moçambicana de Cabo Delgado.

Ontem foi o dia mais sangrento desde quarta-feira, 24, quando os atacantes entraram na vila de Palma.

O jornal The Citizen garante que pelo menos um empresário foi morto e que outros sul-africanos estavam entre o grupo de duas centenas de expatriados que se refugiaram num hotel naquela vila, depois de terem fugido aos ataques.

Entretanto, o mesmo jornal cita informações locais, não confirmadas oficialmente, de que outros sete expatriados foram mortos quando tentavam fugir dos ataques.

O também jornal sul-africano The Times adianta que dezenas de empreiteiros sul-africanos e de várias outras nacionalidades "são dados como mortos ou capturados".

“Há muitas vítimas e muitas pessoas desaparecidas, foi um desastre absoluto”, disse uma fonte dos serviços de segurança sul-africanos, que revelou que apenas sete dos 17 veículos, que deixaram um hotel que hospeda peças que trabalham no maior projecto de gás da África, escaparam quando a caravana foi atacada.

O jornal acrescentou que testemunhas no local relataram que há corpos espalhados pelas ruas e praias de Palma.

Alguns foram decapitados, de acordo com um relatório da situação das fontes de segurança.

Por seu lado, o site Pinnacle News também diz dezenas de civis foram decapitados ou baleados e pelo menos 21 soldados do governo foram mortos.

O portal de notícias @Verdade escreve hoje que dezenas de civis, soldados das Forças de Defesa e Segurança e terroristas morreram na sequência dos ataques à vila de Palma que, no entanto, diz continuar nas mãos das autoridades moçambicanas.

Reacções e silêncio

Na África do Sul, declarações à imprensa, segundo The Citizen, o porta-voz do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação, Lunga Ngqengelele, limitou a diz que só pode confirmar a situação, “… através da nossa missão em Moçambique”, e que o Ministério estava, “…a prestar serviços consulares aos angustiados sul-africanos enquanto continua a monitorizar a situação”.

Até agora, o Governo moçambicano não se pronunciou sobre estes últimos desenvolvimentos.

Na quinta-feira, o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional, o coronel Omar Saranga ter lido um comunicado no qual reconhecia ter havido ataques em Palma, mas, até então, “não havia dados sobre qualquer vítima mortal”, apenas a fuga e dispersão da população à procura de abrigo nas matas.

Na sexta-feira, 26, Departamento de Estado americano e a embaixada americana em Maputo condenaram os ataques, manifestaram a sua solidariedade com a população e as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e reiteraram o seu apoio ao Governo na luta contra terrrositas.

Também ontem, a União Europeia afirmou estar a “monitorar de perto” o ataque armado em curso na região de Palma e a avaliar as possíveis necessidades de assistência aos cidadãos europeus afectados.

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