O impasse no processo de regresso às aulas em Angola está a criar
constrangimentos aos empresários do ensino privado e a dividir as
opiniões em toda sociedade.
Ainda não é consensual a decisão anunciada pelo Governo angolano de
retomar as aulas a partir do mês de Julho, de forma gradual começando
com o ensino superior e secundário e mais tarde o ensino primário.
As condições sanitárias da maioria das escolas públicas do país são
apontadas como um autêntico atentado à saúde dos alunos, caso as
autoridades decidam avançar com a sua decisão, com o país ainda numa
situação de incerteza quanto as consequências da atual crise
sanitária.
A realidade das escolas públicas mostra bem como as
autoridades nunca se dignaram em fazer da educação um setor
prioritário e estratégico para garantir o desenvolvimento humano.
Só assim se justifica a falta de água potável e de condições de
higienização, cuja gravidade a sociedade alerta as autoridades para
acautelarem ospotenciais elementos de insegurança para os alunos,
caso as aulas retomem, numa altura em que os números da pandemia
continuam a subir no pais.
Para tranquilizar as preocupações que são apresentadas pelos
encarregados de educação, a Associação Nacional do Ensino Particular
apresentou um estudo com soluções que passam pela aquisição de
material de biossegurança que considera indispensáveis para a retoma
das aulas.
Segundo o estudo, os custos para os colégios podem variar
entre os três e os 14 milhões de kuanzas.
A associação afirma ter assinado um acordo com uma instituição bancaria nacional, mas ainda assim espera contar com a comparticipação dos pais e
encarregados de educação.
Os governadores provinciais foram chamados a emitir a sua opinião,
durante um encontro com a ministra de estado para o sector social,
Carolina Cerqueira, e a conclusão do encontro desta semana foi que
ainda não recomendável avançar com as aulas a partir do próximo mês.
O Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF) propõe o mês de
setembro como o ideal para o arranque das aulas.
Este é o tema do programa Janela de Angola, em que participam a vice-presidente do SINPROF, Hermínia Ferreira, o representante do ensino
particular, Bernardo Fernandes, e o diretor para o ensino geral do
Ministério da Educação, Gabriel Boaventura.
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