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Reckya Madougou, líder da oposição do Benin, condenada a 20 anos de prisão


Apoiantes de Reckya Madougou juntaram-se frente ao Tribunal de Repressão a Ofensas Económicas e Terrorismo em Porto-novo. 10 de Dezembro, 2021.
Apoiantes de Reckya Madougou juntaram-se frente ao Tribunal de Repressão a Ofensas Económicas e Terrorismo em Porto-novo. 10 de Dezembro, 2021.

Reformas eleitorais do Presidente Talon desqualificaram todos os partidos da oposição de concorrer ao parlamento em 2019

Um tribunal de Benin condenou uma das principais oponentes do Presidente Patrice Talon no sábado por cumplicidade em actos de terrorismo. Reckya Madougou foi condenada a 20 anos de prisão após um julgamento que os seus advogados denunciaram como um trabalho de sucesso político.

O veredicto foi anunciado na manhã deste sábado, após um julgamento que não incluiu testemunhas, disseram os seus advogados em comunicado: "O seu crime foi ter representado uma alternativa democrática ao regime de Patrice Talon", disse o advogado Antoine Vey.

A condenação de Madougou, uma ex-ministra da Justiça, veio dias depois que outro dos principais oponentes de Talon, Joel Aivo, foi condenado a 10 anos de prisão por conspirar contra o Estado e lavagem de dinheiro.

Madougou foi presa em Março e acusada de financiar uma operação para assassinar figuras políticas para impedir que as eleições presidenciais do mês seguinte ocorressem. A sua candidatura já havia sido rejeitada pela comissão eleitoral.

Talon ganhou um segundo mandato com 86% dos votos numa votação boicotada por grande parte da oposição e marcada por protestos violentos.

Pouco antes de ser condenada, Madougou dirigiu-se ao tribunal, de acordo com um post na sua página no Facebook:

"Eu me ofereço pela democracia e se o meu sacrifício permitir que você, senhor presidente (do tribunal) e os seus colegas recuperem a vossa independência do Executivo, então não terei sofrido em vão", disse ela.

Grupos de direitos humanos e oponentes de Talon, um magnata multimilionário do algodão, dizem que ele derrubou as tradições democráticas do Benin desde que chegou ao poder em 2016.

Vários oponentes foram presos e as reformas eleitorais assinadas por Talon em 2018 desqualificaram todos os partidos da oposição de concorrer ao parlamento no ano seguinte. Talon negou ter como alvo oponentes políticos ou violar os direitos humanos.

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