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Rebelo de Sousa e Sissoco Embaló apelam a aprofundamento da democracia e investimentos


Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa e ministra dos Negócios Estrangeiros da Guine-Bissau, Suzi Barbosa
Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa e ministra dos Negócios Estrangeiros da Guine-Bissau, Suzi Barbosa

Presidente português reuniu-se com líderes dos três principais partidos políticos da Guiné-Bissau

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, terminou nesta terça-feira, 18, uma visita de pouco mais de 24 horas à Guiné-Bissau, 31 anos depois de outro Chefe de Estado luso, Mário Soares, ter visitado o país.

Presidente de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa coloca uma coroa de flores junto aos túmulos de Amílcar Cabral e João Bernardo "Nino" Vieira na fortaleza de Amura
Presidente de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa coloca uma coroa de flores junto aos túmulos de Amílcar Cabral e João Bernardo "Nino" Vieira na fortaleza de Amura

“Foi muito tempo”, reconheceu Rebelo de Sousa, que manteve uma agenda apertada, com um almoço com o seu homólogo Úmaro Sissoco Embaló, encontros com comunidade portuguesa radicada em Bissau e com representantes de antigos combatentes das Forças Armadas Portuguesas, e a deposição de coroas de flores junto aos túmulos de Amílcar Cabral e João Bernardo "Nino" Vieira.

O Presidente guineense considerou que a visita do Presidente português é mais importante do que se fosse do americano Joe Biden.

Ao contrário do previsto, o Presidente português reuniu-se com líderes de partidos políticos, tendo no final publicado uma mensagem sobre aprofundamento da democracia e direitos humanos.

Ao falar à imprensa ao lado do seu homólogo guineense no Palácio Presidencial, após o almoço oficial, Rebelo de Sousa destacou alguns aspectos que exigem união.

“Se estarmos unidos vamos trabalhar ainda mais Unidos, vamos trabalhar ainda mais na saúde, que tanto nos preocupa ainda com a pandemia, vamos trabalhar ainda mais na educação, vamos trabalhar ainda mais na formação na reforma administrativa, no aperfeiçoamento do Estado de Direito Democrático, daquilo que é tão importante no quadro da nossa vivência e deve ser cada vez mais no futuro, vamos trabalhar mais nas infraestruturas, nas águas ou nas energias renováveis e no turismo”, destacou o Presidente português.

Marcelo Rebelo de Sousa chega à Guiné-Bissau (17 Maio 2021)
Marcelo Rebelo de Sousa chega à Guiné-Bissau (17 Maio 2021)

Investimento português

Por seu lado, Sissoco Embaló, que se dirigiu a Rebelo de Sousa como “caro amigo”, disse que Portugal reforçará o seu papel enquanto promotor privilegiado do desenvolvimento económico e social da Guiné-Bissau, “no âmbito de uma visão conjunta que estabelece os princípios activos da nossa parceria estratégica”.

“Aproveito esta ocasião para convidar empresas e investidores portugueses a virem à Guiné-Bissau para explorar as oportunidades de investimento no nosso país nos sectores prioritários como o turismo, a energia, agricultura e as pescas”, apelou o Presidente guineense.

Ainda na sua intervenção, Sissoco Embaló afirmou que a visita do Presidente português é mais importante do que a de Joe Biden, dos Estados Unidos.

"A visita de um Presidente português é mais importante que a visita de um Presidente europeu ou americano. Não é a questão de um país que me vem dar mais dinheiro, é amizade, é aproximação. É mais importante que a visita de Joe Biden [Presidente dos Estados Unidos] e digo isto de coração", disse.

O Chefe de Estado de Portugal teve um dia cheio com vários encontros oficiais, entre eles com o líder do Parlamento, Cipriano Cassamá, e o Chefe do Governo, Nuno Gomes Nabian.

A Associação dos ex-Combatentes, que serviram o exército português, apresentou a Marcelo Rebelo de Sousa um caderno reivindicativo.

“Primeiro ponto é a restituição da nacionalidade portuguesa, o segundo tem a ver com o pagamento da pensão e o cumprimento do acordo de Argélia de 26 de agosto de 1974, o terceiro ponto está relacionado com a recolha dos restos mortais do comando africano, corpos que ainda se encontram nas valas comuns, e quarto ponto visa o acesso a assistência médica aos ex-combatentes portugueses”, disse à VOA Amadu Djau, presidente da associação, acrescentando ter recebido garantias do pagamento de pensão e a restituição da nacionalidade portuguesa aos militares que serviram o exército português.

Defesa da democracia e direitos humanos

Sem constar da agenda oficial, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu durante o período da tarde os líderes dos três principais partidos, o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e Partido da Renovação Social (PRS).

Numa nota divulgada na página da Presidência da República de Portugal, lê-se que Rebelo de Sousa salientou “a importância da relação fraterna e amiga dos dois países e dos dois povos, que vai bem além da conjuntura de cada momento e perdura para além das contingências do dia a dia".

O Presidente português também sublinhou "a relevância do aprofundamento da democracia, respeito pelos direitos humanos, liberdades fundamentais e do Estado de direito, no quadro do desenvolvimento social e económico em benefício do bem estar das populações".

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