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"Queremos trabalhar", dizem jovens angolanos que culpam Governo pelo alto nível de desemprego


Manifestação contra desemprego em Luanda, Angola, 26 de Setembro de 2020
Manifestação contra desemprego em Luanda, Angola, 26 de Setembro de 2020

Formados mas sem emprego, alertam que consequências sociais podem ser terríveis

O desemprego em Angola, sobretudo dos jovens, parece não ter solução no actual consulado do Presidente da República, depois de o próprio João Lourenço ter justificado a fome como resultado da perda do poder de compra dos cidadãos, fruto dos altos indices de desemprego que afectam o país, em grande parte devido à pandemia.

A VOA falou com vários jovens que apelam à intervenção urgente do Executivo no combate a este fenómeno.

Jovens e o desemprego em Angola - 1:42
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Também visitamos alguns centros de emprego e muitos jovens alertam que a situação é grave e que se o Governo não fizer nada, poderá haver consequências piores, como, por exemplo, a criminalidade a grande escala.

António, de 24 anos de idade, e Gonçalves, de 26, ambos estão formados mas desempregados.

Victor Santos tem 23 anos de idade e culpa o Executivo pelo problema.

"Está muito difícil, depois vão dizer que os jovens não querem trabalhar, só queremos ficar em casa, isto não é verdade, peço ao Governo que nos ajude, nós os jovens estamos aqui, somos muitos, terminamos o ensino médio e a universidade mas o emprego não aparece”, diz Santos.

Delfina Araujo afirma que a situação do desemprego está a mexer com as cabeças dos jovens que se enveredam por caminhos “complicados”.

"As coisas estão muito difíceis, muitos jovens estão parados em casa e aí não estão a praticar boas coisas, uns estão a violar crianças, etc., é urgente que o Governo nos ajude, com postos de emprego, nós queremos trabalhar", apela.

Dona Esperança está com três filhos em casa, formados mas desempregados.

"São muitos os jovens que estão em casa, com formação, mas o emprego está onde?", pergunta.

O jornalista e economista Alexandre Neto Solombe chama a atenção do Executivo e diz que que só ha uma maneira, de resolver o problema do desemprego.

"Não será com milagre certamente que se vai resolver o problema do desemprego, se não for com investimento, Angola precisa de capital e para atrair o capital precisa governar diferente do que está a fazer agora, precisamos criar um ambiente económico, um ambiente de negócios diferente do que existe, fora disso nenhum investidor virá para Angola”, conclui o jornalista.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o desemprego de Angola aumentou 7,9% no terceiro trimestre de 2021.

No final do primeiro semestre, a taxa de desemprego situou-se em 30,5 por cento.

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