Um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado nesta quarta-feira, 21, indica que 47 por cento dos angolanos não têm acesso a fontes de água potável, mas a situação registou alguma melhoria nos últimos dois anos.
O documento divulgado a propósito do Dia Mundial da Água que se celebra na quinta-feira, 22, nota, no entanto, uma evolução no acesso à água dos agregados familiares em Angola entre 2015-2016 comparativamente a 2008-2009, aumentando 12 pontos percentuais (42% para 54%), principalmente nas áreas urbanas.
Um aspecto em destaque no documento é o facto de crianças ficarem fora da escola por falta de acesso à água, enquanto são usadas pela família para irem buscar a água.
"Esta jornada pode ser perigosa", diz o Unicef, alertando que os utensílios que as crianças usam para apanhar água chegam a pesar 20 quilos.
"Para algumas, essa rotina diária para apanha água pode consumir as suas vidas. Elas temem ataques, temem caminhar longas distâncias e perdem a oportunidade de ir à escola ou de brincar com os amigos", alerta o relatório.
O Unicef revela que no ano passado forneceu água potável a perto de 30 milhões de pessoas em emergências humanitárias, 284.184 das quais se encontravam em Angola.