George Papadopoulos, conselheiro de campanha de Trump, cujas acções deram origem à investigação sobre a interferência russa nas eleições americanas, foi condenado a 14 dias de prisão, na sexta-feira, por um juiz que disse ter colocado os seus próprios interesses acima dos do país.
A punição é bem menor que a sentença máxima de seis meses solicitada pelo governo, mas também maior do que a liberdade condicional que Papadopoulos e seus advogados pediram.
O seu advogado de defesa, Thomas Breen, disse que a sentença foi justa.
Além dos 14 dias, ele deverá cumprir 200 horas de serviço comunitário e pagar uma multa de 9.500 dólares.
O condenado admitiu ter mentido aos investigadores acerca de contactos com um professor com ligações ao Kremlin que o informou, em abril de 2016, que os russos tinham informações comprometedoras sobre a candidata democrata, Hillary Clinton.
Possibilidade de emprego
O juiz distrital norte-americano Randolph Moss disse que as declarações de Papadopoulos não foram "uma mentira nobre", mas sim motivadas pelo desejo de ter um emprego na administração Trump, e não queria arriscar essa possibilidade por estar ligado à investigação sobre a interferência russa.
Papadopoulos, 31 anos de idade, disse estar "profundamente embaraçado e envergonhado" por ter mentido aos agentes do FBI durante uma entrevista, no ano passado, e admitiu que tal poderia ter dificultado o seu trabalho.
Em entrevista divulgada, na sexta-feira, pela CNN, Papadopoulos disse que não se lembra de informar aos funcionários da campanha de Trump que a Rússia tinha recebido e-mails prejudiciais sobre a ex-secretária de Estado americana Trump Hillary Clinton.
Primeiro a aceitar, primeiro condenado
O conhecimento prévio da oferta da Rússia de compartilhar informações prejudiciais sobre Clinton está no centro da investigação de Mueller sobre um possível conluio entre a campanha Trump e Moscovo.
Papadopoulos, que serviu como conselheiro de política externa na campanha do presidente Donald Trump, tem sido uma figura central na investigação da Rússia, desde a nomeação de Mueller, em maio de 2017.
Ele foi o primeiro conselheiro de campanha de Trump a se declarar culpado na investigação de Mueller e agora é o a ser condenado.
Ele foi também o primeiro membro da campanha Trump a revelar conhecimento dos esforços russos para interferir na eleição presidencial de 2016.