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Ministério Público investiga incidente que envolve magistrado na Huila


Hernâni Beira Grande acusado de bater e mandar prender clientes de uma peixaria alegadamente da família

Duas clientes de peixe no Lubango denunciaram o sub-procurador da República na província angolana da Huíla, Hernâni Beira Grande, de as ter espancado na sequência de um desentendimento ocorrido na peixaria de que o magistrado tem participação.

Ao que se sabe depois de terem comprado o peixe, duas clientes aperceberam-se que o produto não estava em condições para consumo e regressaram à peixaria para exigir a troca.

Foi então que a funcionária da peixaria a as clientes começaram a discutir, tendo a empregada chamado o magistrado do Ministério Público que, segundo uma das clientes que pediu o anonimato, ordenou a detenção imediata, conforme contou sob anonimato uma das visadas.

«Ela foi e chamou o Beira Grande que quando chegou, sem perguntar nada, deu umas bofetadas nela e deu-me um bico da bexiga. Posto ali, ele nos trancou na peixaria e ligou para a polícia que quando chegou levou-nos e disse que queríamos assaltar o cofre”, contou.

Por ordem do sub-procurador, ainda segundo as clientes, elas, com os respectivos bebés, passaram uma noite detidas no comando da Polícia Nacional, no Lubango.

Outra das visadas pede que se faça justiça e teme pela sua segurança.

«Por ele ser chefe, eu estou com medo que ele faça alguma coisa contra mim, uma vez que ele não agiu bem quando fomos à peixaria e temo que possa voltar a prender-me. Não quero que nada de mal nos aconteça»”, exclamou.

A funcionária da peixaria, Sílvia Geraldo, disse que agiu para se defender e negou o envolvimento do magistrado no desentendimento, que, segundo algumas fontes,

«Isso é pura mentira. O senhor Beira quando entrou na peixaria nós estávamos a discutir e ele mandou-nos calar porque nós continuávamos a discutir, sem entendimento”, disse Geraldo.

Para o jurista Bernardo Moisés Peso, ao ter agido em defesa do negócio da família, o sub-procurador colocou em causa a sua função de fiscal da legalidade e o aconselhável era colocar o seu lugar a disposição.

«Ali nem sequer ele tinha legitimidade de praticar algo. Aqui trata-se mesmo de um abuso flagrante de autoridade porque ele agiu como uma autoridade pública porque ele serviu-se da figura que ele é na província, mas na verdade ele não estava no exercício de um poder ele não estava a exercer qualquer actividade naquele preciso momento», disse Peso.

A VOA sabe que uma comissão de inspecção da Procurador-Geral da República (PGR) esteve na Huíla e ouviu as partes envolvidas, devendo de seguida produzir um relatório a ser entregue às autoridades centrais.

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