O ex-Presidente do Chad, Hissene Habre, foi hoje condenado à prisão perpétua por um tribunal especial, em Dakar, no Senegal pelas atrocidades que cometeu em oito anos no poder.
Hissene Habre cometeu entre 1982 e 1990 graves violações dos direitos humanos, que incluem crimes de guerra, tortura e escravatura sexual.
Habre violou sexualmente uma reclusa por quatro vezes.
O ex-governante de 72 anos foi julgado por um tribunal especial criado, em 2013, pelo Senegal e União Africana.
Durante o julgamento, Habre negou todas as acusações. Não reconheceu igualmente a legitimidade do tribunal especial que o julgou.
De vestes brancas, Habre foi arrastado ao julgamento por militares.
Quanto aos assassinatos, o tribunal concluiu que Habre mandou executar 40 mil pessoas em oito anos.
As vitimas de Habre foram, na maioria, opositores políticos.
Em 1990, Habre foi derrubado pelo actual presidente do Chad, Idriss Deby, tendo fugido para o Senegal.
A Human Rights Watch, que trabalhou com as vítimas de Habre para que fosse julgado, disse que a condenação revela que “chegaram ao fim os dias dos tiranos que brutalizam o seu povo, pilham os recursos e fogem para o estrangeiro para viver no luxo”.
O presidente do tribunal, o burquinabê Gberdao Gustave Kam, disse que foi concluído também que Habre concentrou em si todo o poder durante os anos que governou o Chad. Era Presidente, ministro da Defesa e chefe do Estado Maior das Forças Armadas.
Kam acrescentou que “Habre criou um sistema no qual a impunidade e o terror conduziam o país; desconfiava de todos e era tão paranoico ao ponto de estar contra todos os seus agentes”.
Habre tem 15 dias para recorrer.