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Presidente da UNITA acusa João de Lourenço de hipocrisia e o MPLA de manipular as instituições


Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA
Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA

Adalberto Costa Júnior afirma que “o MPLA está desesperado perante uma perspectiva da perda do poder"

O presidente da UNITA, principal partido da oposição em Angola, acusou o Chefe de Estado de hipocrisia ao condenar nas Nações Unidas as mudanças constitucionais noutros países, quando o mesmo acontece em Angola.

À saída de um encontro com os líderes da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, nesta sexta-feira, 8, em declarações à rádio Ecclesia, Adalberto Costa Júnior denunciou a perda de valores referentes que tinham sido conquistados desde 2002 e o aumento do controlo das instituições por parte dos serviços secretos.

“Quando se quer um pais de estabilidade, em desenvolvimento, com investimentos, não vale a pena o Presidente ir às Nações Unidas dizer que é mau os outros Presidentes mexer nas suas constituições, quando ele esqueceu-se que mexeu na Constituição há pouco tempo, não vale a pena fazer discursos de hipocrisia quando se atenta ao Direito”, afirmou o presidente da UNITA quem revelou ter partilhado “com uma instituição de relevância” a preocupante realidade do país.

Costa Júnior destacou que o “país está a perder valores, referentes difíceis, poucos, que tinham sido conquistados na primeira fase da paz, de 2002 para cá”, e apontou “a censura retomada aos órgãos de comunicação públicos, sem restrições”.

Para o líder da oposição, a mudança dos referentes legais é um tema muito sério, "com o Governo a mudar a Constituição" em altura de pré-campanha eleitoral.

“Esperamos que com a devolução ao Parlamento sejam expurgados da lei aqueles aspectos que tinham retirado a universalidade dela”, acrescentou o líder da oposição que criticou a divisão político-adminsitrativa do país em curso, “que estamos a ouvir falar”, mas que não foi debatida.

Adalberto Costa Júnior disse que “o MPLA está desesperado perante uma perspectiva da perda do poder, perante a perspectiva do reforço do cidadão que quer aleternância, (por isso) deita a mão à manipulação das instituições sem limites”.

Congresso da UNITA é "inatacável"

Quanto à decisão do Tribunal Constitucional (TC) de anular o congresso da UNITA de 2019 que o elegeu, Costa Júnior anunciou a comunicação da posição oficial do partido ainda hoje, de “aceitar ou não o acórdão”.

Ele afirmou, no entanto, que a UNITA estava preparada para essa eventualidade “pela forma como vimos mudar presidentes no Tribunal Constitucional, (porque) não é normal que numa vivência de dois anos vermos dois presidentes demissionários e um ter usado a expressão de ´suicidio do Estado de Direito e da democracia”.

Para Adalberto Costa Júnior o congresso da UNITA “é inatacável…o que vivemos em Angola é de uma interferência sem limites de órgãos do Estado, nomeadamente dos serviços de inteligência.

Ele concluiu dizendo que o "MPLA está cansado e precisa beber ideias de democracia".

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