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PR guineense pede "tratamento recíproco" para seus cidadãos em Cabo Verde


Úmaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau (esq), e Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde, Praia, 8 de Julho de 2021
Úmaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau (esq), e Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde, Praia, 8 de Julho de 2021

Úmaro Sissoco Embaló inicia visita de quatro dias a Cabo Verde

O Presidente da Guiné-Bissau defendeu em Cabo Verde um melhor tratamento aos guineenses no arquipélago, particularmente os seus filhos que nascem no país e que não adquirem nacionalidade cabo-verdiana.

O seu homólogo, Jorge Carlos Fonseca, reconheceu que os guineenses devem ter um tratamento diferenciado como os cabo-verdianos têm na Guiné-Bissau e lembrou que a revisão da nacionalidade anunciada pelo Governo vai incluir este aspecto.

"Guineenses que nasceram em Cabo Verde, ou que estão em Cabo Verde são cabo-verdianos, os nossos povos são irmãos, isto é muito importante, eu falo muitas vezes com o presidente de Cabo Verde, eu não sei, nunca vi, que os Guineenses chegam até ao aeroporto de Cabo Verde são mandados de volta para a Guine. Se é o caso, eu lamento, para mim é inaceitável uma coisa dessas acontecer na Guiné. Um cabo-verdiano, mesmo que não tenha documento, se chegar na Guine e falar crioulo é tratado como guineense", disse Úmaro Sissoco Embalo numa conferência de imprensa juntamente com o seu homólogo cabo-verdiano no início de uma visita de quatro dias ao arquipélago.

Na ocasião, ele pediu a intervenção do Presidente junto do Governo.

"É por isso, que peço ao senhor Presidente e ao Governo cabo-verdiano que é muito importante termos isso em consideração de que o povo guineense não é imigrante em Cabo Verde, é povo cabo-verdiano, igual na Guiné", disse.

Ao responder, Jorge Carlos Fonseca reconheceu que o seu país precisa fazer mais pela comunidade guineense no arquipélago, estimada em mais de 10 mil pessoas.

“Sempre defendi que os guineenses devem ter um tratamento especial pelas razões históricas e de irmandade que temos”, afirmou Fonseca, quem congratulou-se com a iniciativa do Governo de revisão da lei da nacionalidade que vai contemplar este aspecto.

Concertação na arena internacional

Os dois Chefes de Estado destacaram, por outro lado, a necessidade de os dos países terem posições concertadas na arena internacional.

Jorge Carlos Fonseca assegurou que ambos Estados vão ter cada vez mais “uma voz sintonizada na CPLP, no Fórum PALOP na CEDEAO, e vamos estar juntos a fazer coisas bonitas em conjunto" e reiterou que Cabo Verde espera o apoio da Guiné-Bissau para ter um estatuto especial junto da organização sub-regional africana.

Úmaro Sissoco Embaló, por seu lado, afirmou que “sempre concertamos e continuamos a concertar as nossas posições” e realçou que "nunca" Bissau esteve próxima da Praia como agora.

O Presidente guineense defendeu a criação de uma comissão mista entre os dois Ministérios dos Negócios Estrangeiros.

Embalo será recebido amanhã, 9, pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, depositará uma coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral e terá um encontro com a comunidade guineense radicada na Praia, além de visitar instituições públicas e privadas em Santiago.

No sábado, realizará uma visita à ilha de São Vicente.

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