No Dia Internacional da Língua Materna, que se assinala nesta quinta-feira, 21, o Presidente de Cabo Verde defendeu a definição de "regras claras" para a escrita da língua cabo-verdiana, entendendo que isso permitirá a sua utilização no sistema de ensino.
Numa mensagem alusiva ao dia, Fonseca sublinhou que a língua é um dos principais traços de união entre os cabo-verdianos e disse que a sua promoção, "longe de contribuir para a secundarização da língua portuguesa", permitirá uma convivência mais adequada entre ambas.
“Os estudos e trabalhos de investigação em curso nas diferentes disciplinas relacionadas com a língua cabo-verdiana têm trazido contribuições importantes, mas seria desejável que o processo avançasse para que, num espaço de tempo razoável, pudéssemos ter a possibilidade de, também, escrevê-la de acordo com normas adequadas”, defendeu Fonseca.
O Presidente cabo-verdiano ainda lembrou que um dos mais importantes veículos da língua materna, a morna, se candidata património imaterial da UNESCO, referindo, por isso, que esta celebração adquire importância particular.
O Presidente cabo-verdiano sublinhou ainda as “importantíssimas contribuições” para a língua cabo-verdianda dadas por Eugénio Tavares, B.Leza, Orlando Pantera ou Sérgio Frusoni.
Governo quer cabo-verdiano como património da língua
A nível do Governo, o ministro da Cultura, Abraão Vicente, revelou que o Executivo pretende a “classificação imediata” do cabo-verdiano como património nacional, entendendo que isso irá permitir um debate mais forte sobre a sua oficialização, com base científica.
“A nossa meta é que haja classificação imediata da língua cabo-verdiana como património nacional e pretendemos que seja cumprida ainda no decorrer desta legislatura”, perspectivou Abraão Vicente, numa mensagem alusiva ao Dia Internacional da Língua Materna.
Vicente acrescentou que o Governo e vários organismos estatais têm trabalhado na criação das bases para um debate mais forte sobre a oficialização da língua cabo-verdiana, com base científica, mas entende que isso passa pelo reconhecimento da língua materna, através da classificação como património nacional.