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PR angolano diz que não haverá recessão e critica interferência estrangeira


Jose Eduardo dos Santos
Jose Eduardo dos Santos

Vice-presidente Manuel Vicente leu o discurso sobre o estado da Nação com recado aos activistas.

Na sua mensagem sobre o estado da Nação lida pelo vice-presidente Manuel Vicente na sala da Assembleia Nacional, o Presidente angolano voltou a enviar recados aos que têm questionado a sua longa permanência no poder.

José Eduardo dos Santos disse que o seu Governo não vai tolerar aqueles que tentam chegar ao poder fora da via prevista na Constituição.

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O Chefe de Estado disse haver entidades estrangeiras que querem instalar o caos e a desordem para provocar a queda de partidos ou dirigentes africanos com os quais não simpatizam.

"Há entidades estrangeiras interessadas em instalar o caos e a desordem em alguns países do nosso continente, para provocar a queda de partidos políticos ou de dirigentes com os quais não se simpatiza. Os angolanos nunca vão ceder diante de quem quer que seja, sempre que se tratar da defesa dos seus interesses essenciais e vitais. Assim, é fundamental que o nosso povo se mantenha unido e coeso", leu Vicente.

Na sua mensagem José Eduardo dos Santos afirmou, entretanto, que o país está politicamente estável e garantiu que a economia não vai sofrer uma recessão, mas apenas uma desaceleração do seu crescimento.

"Na actual conjuntura temos de fazer mais e melhor e com menos. Isso significa que temos alterar modelos e práticas de mobilização e utilização de recursos. Na verdade, o Estado, as empresas, as famílias e a sociedade civil, todos temos de eliminar o desperdício e o supérfluo. Todos temos de trabalhar mais e melhor", afirmou o vice-presidente de Angola.

Pela primeira vez, o Governo angolano revelou que empréstimo contraído durante a sua recente visita à China é de cerca de 6 mil milhões de dólares americanos.

Um ano depois de José Eduardo dos Santos ter dito no discurso sobre o estado da Nação que as eleições autárquicas só aconteceriam depois das eleições gerais de 2017, Manuel Vicente voltou a dizer que há trabalho para fazer.

"Temos de convir que a vida provou que é mais sensato concentrarmos a nossa atenção na criação de condições para a organização e realização de eleições gerais com êxito, lisura e transparência, ao mesmo tempo que se preparam as leis e se encetam os passos administrativos indispensáveis para as eleições autárquicas em tempo oportuno", explicou.

No discurso lido por Manuel Vicente, o presidente admitiu que o governo não conseguiu reintegrar grande parte dos veteranos de guerra das partes em luta na guerra civil.

Cerca de 110.000 tinham sido reintegrados com sucesso mas o número total deve ser de cerca de 230.000, disse.

"Calcula-se que sejam mais ou menos 110.000, de um lado, e 120.000 do outro, isto é, cerca de 230.000 homens. Se tivermos em conta que muitos tinham mulheres e filhos, o conjunto de pessoas a assistir ultrapassava certamente os 600.000 indivíduos", destacou, na sua intervenção, Manuel Vicente.

Acrescentou que "não é realista pensar que o Governo pudesse resolver este tremendo problema com a atribuição de uma pensão a cada ex-militar", pois "nunca teria dinheiro suficiente para esse efeito".

"Os programas de integração social e produtiva adotados não foram muito eficazes e os problemas permanecem por resolver", afirmou

Como solução propôs trabalho ou pequenos negócios para que cada um desses antigos combatentes possa "gerar rendimentos para o sustento das suas famílias"..

O discurso sobre o estado da Nação abriu o novo ano parlamentar.

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