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População em zonas remotas do Moxico vive situação dramática


Angolanos que vivem em zonas remotas da província do Moxico são obrigados a deslocarem-se à Zâmbia para receberem tratamento médico, disse a LAULEMO uma associação que luta pela defesa dos direitos de comunidades dessa província.

Zonas isoladas do Moxico em situação desesperada - 2:39
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O seu coordenador Benedito Dito Dali diz que uma das principais dificuldades que a população de várias localidades da província vive é o acesso a serviços de saúde e medicamentos.

Dos hospitais que existem uns estão tão distantes das comunidades que para se ter acesso é preciso andar centenas de quilómetros, enquanto em outras unidades não há medicamentos nem alimentação o que faz com que alguns habitantes prefiram ir a Zâmbia à procura de assistência.

"Há localidades aqui em que os médicos ou enfermeiros têm de fazer 500 a 700 km, às vezes a demora é tanta que quando o médico chega o paciente já morreu,” disse mencionando zonas como a de Karipande e Kavungo.

Dito Dali diz já ter questionado o governador sobre o destino das dotações financeiras mensais que os hospitais da província recebem e nunca obteve resposta.

"O hospital geral do Luena tem um orçamento mensal de mais de 120 milhões de kwanzas, mas o serviço prestado não vai de encontro aos valores recebidos”, disse Benedito Dito Dali para quem “há problemas de falta de medicamentos, só passam receitas médicas para comprar fora do hospital”.

“No hospital do Moxico não dão comida aos doentes, se alguém for trans-
ferido do Lewa, ou Kamanongue para a sede do município, sem familiar por perto, o hospital diz não haver comida como é que o doente se vai alimentar?", interrogou.
Nós falamos com um dos habitantes e nativo local que assegurou à VOA que é mais fácil e tem menos custos ter assistência na vizinha Zâmbia que na própria terra.

"Agora com a Covid-19 as coisas só agravaram, um sobrinho meu teve de levar a nossa nora para a Zâmbia que acabou por morrer na fronteira, tudo por falta de opções aqui dentro, aqui só passam receitas”, disse o residente que se identificou apenas por Armando.

“Fica muito mais fácil e barato ir à Zâmbia, porque não se exige passaporte e as pessoas ficam na comunidade", afirmou Armando que disse ainda que “quem está na Bwala de Kalunda, Kazombo, Karipande, Lewa, Lwakano para Lwau não há transporte, do Kazombo a sede da província paga-se 32 mil kwanzas no transporte, do Kazombo ao Lwau são 260 quilómetros paga-se 16 mil no transporte, assim o bolso do camponês não suporta", disse.

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