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População alerta para aumento de insegurança em Cabo Delgado


Macomia, Cabo Delgado, Moçambique
Macomia, Cabo Delgado, Moçambique

Grupos armados ligados ao Estado Islâmico intensificaram ataques em distritos devastados pela insurgência na província moçambicana de Cabo Delgado nas últimas semanas.

Esta posição foi manifestada à Voz da América por vários moradores dos distritos de Ancuabe e Macomia, que alertam para o aumento da insegurança após novos ataques violentos dos grupos armados na semana passada.

População alerta para aumento de insegurança em Cabo Delgado
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Assane Aly, morador de Nanjua, observa que “o massacre” de 17 pessoas, entre Namparamas, força local formada por combatentes e apoiada pelo Governo, registado na semana passada nas matas de Nacuale, ocorreu numa zona militarizada e próximo a um quartel da força ruandesa.

“A posição onde as forças estavam, seria fácil a intervenção. Não sabemos se foi por burocracia ou outra coisa, porque não entendemos como se comanda essa força, porque Nacuale é a mesma mata com Nacololo, onde estão instaladas essas forças do Ruanda, mas não houve uma intervenção ativa”, contestA Assane Aly.

Segurança para civis ou megaprojetos

Outro morador de Ancuabe disse que o grupo armado fez um novo ataque em duas aldeias do distrito de Namapa, além de terem sido registradas novas movimentações do grupo em Chiure e Ancuabe, onde há “ameaças iminentes” de novos ataques.

Uma análise do conflito divulgada pelo Centro de Integridade Pública (CIP) indica que houve aumento de ataques dos insurgentes em Cabo Delgado durante o mês de Ooutubro e novembro, com uma média de pelo menos um ataque a cada dois dias, enquanto o Governo se focava a combater os protestos pós-eleiorais em Maputo, Nampula e Chimoio.

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Aquela organização alerta que se a instabilidade pós-eleitoral perdurar há risco de os insurgentes se aproveitarem da vulnerabilidade da segurança e expandirem ataques para mais províncias do país.

Por outro lado, recentemente, o Conselho Europeu concordou em conceder uma subvenção de 20 milhões de euros à Força de Defesa do Ruanda, como montante adicional para apoiar o seu destacamento em Moçambique, onde está a ajudar a combater uma insurreição apoiada pelo Estado Islâmico.

Em 2022, a União Europeia autorizou uma ajuda no mesmo valor.

Sande Carmona, analista político, entende que a subvenção apenas vai beneficiar aos megaprojetos de gás e as elites nacionais e estrangeiras ligadas às empresas de segurança destes megaprojetos, com interesses em Moçambique.

A violência armada na província de Cabo Delgado, que se regista há sete anos, atrasou durante anos um projeto de exportação de gás natural liquefeito no valor de 20 mil milhões de dólares, liderado pela TotalEnergies SE.

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