O porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) defendeu a acção dos seus oficiais que mandaram despir e confiscaram t-shirts da campanha #EuNaoPagoDividasOcultas, lançada pelo Centro de Integridade Pública (CIP).
"A polícia agiu dentro dos limites da actuação policial", assegurou o porta-voz Inácio Dina, em conferência de imprensa em Maputo, nesta terça-feira, 22.
Dina acrescentou que a polícia pode agir "quando se busca incitar alguma desobediência, revolta popular ou alteração da ordem pública" e perguntou “a quem interessa a alteração da ordem pública, violência colectiva no país?",
Aquele responsável adiantou ainda que a lei permite à polícia exigir identificação a qualquer cidadão na via pública "desde que haja possibilidade de ocorrência de um facto de incivilidade ou criminal".
Na segunda-feira, 21, o CIP distribuiu milhares de t-shirts com o lema da campanha #EuNaoPagoDividasOcultas a pessoas que queriam participar, tendo, logo depois, a polícia cercado a sede daquela organização e confiscado as camisetas a quem as trajava.
Em conferência de imprensa, o CIP disse repudiar a situação e prometeu alargar o âmbito da campanha, cujo foco é levar os responsáveis pelas chamadas “dívidas ocultas” paguem o dinheiro tomado em nome de interesses do Estado e não os contribuintes moçambicanos.