A Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau confirmou à VOA nesta segunda-feira, 11, a detenção no sábado de 789 quilos de cocaína pura que tinha por destino o Mali.
O director-adjunto da PJ, Domingos Correia, acrescentou que a operação “Carapau” deteve também um senegalês, dois nigerinos e um guineense, mas não confirmou que a droga pertencia a alguém ligado à rede magrebina da Al-Qaida, (Alqmi).
A droga seguia num camião, escondida num fundo falso, em vários sacos de 30 quilos, juntamente com peixe.
O inspector Domingos Correia, director-adjunto da Polícia Judiciária, não avançou muitos detalhes por “a investigação estar em segredo de justiça”, mas confirmou que “a droga tinha por destino o Mali” e que culminou uma grande "recolha de inteligência".
Informações não confirmadas pelas autoridades guineenses indicam que o camião é propriedade de um elemento associado à rede al-Qaida do Magrebe Islâmico (Aqim).
Politólogo aponta eleições e Aqim
O politólogo e especialistaem temas do Magreb, Raul Braga Pires vê com naturalidade a suspeita de que o Acqmi possa estar por trás dessa apreensão de drogas mas lembra que “o facto dela ter sido feita na véspera das eleições também é outro aspecto a ter em conta pelos investigadores”.
Braga Pires questiona, no entanto, a ideia de que grupos de bases islâmicas não se envolvem com o tráfico de drogas.
Ele explica que “há muitos níveis de tráfico desde o cigarro, por exemplo, ao tráfico humano, passando pelo tráfico de drogas”.
Refira-se que a operação durou semanas e foi realizada pelo PJ guineense, com apoio de polícias internacionais.