O líder do grupo parlamentar do MpD, no poder, Rui Figueiredo Soares pediu nesta quinta-feira, 15, a destituição do deputado Moisés Borges, do PAICV, na oposição, dos cargos que ocupa no Parlamento, nomeadamente numa comissão especializada e numa rede parlamentar.
Soares defendeu esta posição por considerar que Borges agrediu o deputado do MpD, Emanuel Barbosa, na sexta-feira, 9, o que é contrariado pelo deputado da oposição.
Rui Soares esclareceu que o MpD pede a retirada da confiança política de Moisés Borges e não a perda de mandato.
Soares classificou de “a todos os títulos injustificável” o que considera de agressão de Borges a Barbosa, acto para ele “inédito”.
Em resposta, o líder do PAICV, Rui Semedo, voltou a defender uma investigação das autoridades.
"Não podemos enquanto Parlamento, enquanto maioria ou enquanto minoria dizer quem tem razão. Estamos a dizer que a questão é grave, deve ser investigada, esclarecida e que o parlamento, neste momento, deve mostrar ser uma instituição responsável", defendeu Semedo.
O terceiro partido com representação parlamentar, UCID, através do seu presidente, António Monteiro, afirmou que o acto foi "inadmissível e intolerável", mas pediu que se deixem “as instâncias judiciais e policiais fazerem o seu trabalho.
O deputado Moisés Borges pediu desculpas ao país, mas reiterou ter sido “vítima de agressão permanente com as palavras do deputado Emanuel Barbosa”, quem, reiterou, o agrediu pelas costas.
“Eu tenho tolerado com paciência, mas chegar ao ponto de me agredir fisicamente, aí eu não tolero", sublinhou.
Emanuel Barbosa, por seu lado, reconheceu ter sido um mau momento para a democracia cabo-verdiana e defendeu-se.
"Este momento ficará na história desta casa parlamentar, uma má história em que o protagonista máximo foi o deputado Moisés Borges", reiterou Emanuel Barbosa, que acusou o seu colega de "tentativa de manipulação".