Quatro dos seis partidos concorrentes às últimas eleições angolanas dizem desconhecer a existência de irregularidades nos seus relatórios de prestação de contas enviados ao Tribunal de Contas por intermédio da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
UNITA, CASA-CE, FNLA e PRS declararam à VOA que não foram notificados sobre quaisquer falhas na elaboração dos seus relatórios.
Entretano, o jornal Expansão revelou no fim-de-semana que os relatórios daqueles partidos enviados à CNE, em Maio de 2018, carecem de facturas justificativas das despesas feitas, pelo que continuam “engavetados” no Tribunal de Contas.
A deputada da UNITA, Albertina Ngolo, afirma que o seu partido justificou todas as despesas, incluindo as que foram feitas com o dinheiro das doações dos seus militantes.
A parlamentar defende que o Tribunal de Contas devia também exigir dos partidos, incluindo o do poder, explicações sobre a origem de todos os recursos utilizados durante a campanha eleitoral.
Por seu turno, o vice-presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, também garante que a sua organização tem todas as contas em dia e, tal como a deputada Ngolo, considera que “há despesas que não podem ser justificadas com documentos devido à informalidadeda economia angolana”.
O líder da FNLA, Lucas Ngonda, declarou que a experiência do passado fez com que o último relatório de prestação de contas do partido fosse elaborado dentro da lei.
Pelo menos diapasão, o secretário-geral do PRS, Rui Malopa, assegura que o seu partido justificou todas as despesas.
A VOA tentou contactar o porta-voz do MPLA, Paulo Pombolo mas não atendeu as chamadas para os seus habituais números telefónicos.