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PAIGC critica politização das Forças Armadas e pede distanciamento da Presidência da República


Sede do PAIGC em Bissau, Guiné-Bissau
Sede do PAIGC em Bissau, Guiné-Bissau

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) condenou "com veemência" aquilo que considera de "sistemáticas intervenções das chefias militares na política guineense", fato que, para o partido da Independência, "viola de forma flagrante o seu papel republicano" estabelecido na Constituição e demais leis.

Numa nota divulgada na segunda-feira, 8 , o partido que liderou a coligação vencedora das eleições legislativas de 4 de junho de 2023, exgiu o distanciamento das Forças Armadas da Presidência da República.

A vice-presidente do partido, Dan Ialá N’Canha Baranção, diz na nota queo PAIGC" tem assistido a intromissões sistemáticas de alguma liderança das forças armadas na política", com discursos que qualifica de tendenciosos em defesa de um único órgão de soberania, "caucionando todas as decisões tomadas por este, mesmo em colisão frontal com a Constituição e as leis da República".

“Como se não bastasse esta postura antirrepublicana, nos últimos anos, a instrumentalização das Forças Armadas têm acentuado com alimentadas denúncias de tentativas de golpe de Estado, não sendo capaz de apresentar evidências, como, aliás, aconteceu com os casos de 1 de fevereiro de 2022 e 1 de dezembro de 2023, até hoje com contornos por esclarecer e provas por apresentar”, refere o comunicado em que o PAIGC salienta a recente visita do vice chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas a algumas unidades militares.

Para Baranção, ela foi bastante elucidativa e reveladora desta atitude deliberada das Forças Armadas “em defender, unicamente, a alegada legitimidade do Presidente da República, invocando o veredicto das urnas, ignorando propositada e explicitamente os eleitos do povo junto da Assembleia Nacional Popular e o Governo, órgão cuja constituição decorreram do mesmo veredito popular, exprimindo-se publicamente sobre mais uma tentativa de golpe de Estado em preparação”.

Por isso, o PAIGC exorta os militares "a cumprir escrupulosamente o seu papel de guardião na defesa das instituições da soberania, sem prejuízo da observância do princípio de separação de poderes".

O comunicado conclui reiterando a disponibilidade do partido mais votado nas duas anteiores eleições legislativas "em manter um bom e sã relacionamento institucional com as Forças Armadas", mas "exige que esta instituição assuma o seu comprometimento com os valores e princípios que nortearam a sua criação e adequação ao contexto do multipartidarismo".

Não houve ainda qualquer reação das Forças Armadas ou da Presidênciada República.

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