Cerca de 90 opositores cubanos, entre eles meia centena do conhecido grupo Damas de Branco, foram detidos neste domingo, 9, após um protesto contra a abertura da embaixada dos Estados Unidos em Havana.
Eles usavam máscaras de Barack Obama e foram libertados pouco tempo depois.
Policias à paisana, acompanhados de manifestantes pró-Governo, cercaram os opositores e os prenderam no início da tarde, quando preparavam-se para retornar às suas casas após a caminhada dominical tradicional das Damas de Branco, na região de Miramar, em Havana.
"Obama é culpado do que está a acontecer em Cuba, o Governo cubano se animou com as negociações", com Washington, declarou o ex-preso político Ángel Moya, marido da líder das Damas de Branco, Berta Soler, antes de ser detido.
"Obama deve impor condições ao Governo cubano para que ponha fim à violação dos direitos humanos", disse, por sua vez, Berta Soler à AFP.
"Para nós, seria muito importante que, quando Kerry chegar a Cuba para inaugurar oficialmente a embaixada americana (na próxima sexta-feira), possa se reunir com uma representação da sociedade civil cubana", pediu.
Os opositores sabiam que seriam detidos após o movimento e Moya recomendou aos activistas que não oferecessem resistência.
Nos últimos anos, os dissidentes detidos têm sido libertados horas depois.
Berta Soler denunciou que este é o 17º domingo consecutivo que o Governo comunista cubano reprime as Damas de Branco, grupo mais visível da oposição cubana e vencedor do Prémio Sakharov do Parlamento Europeu em 2005.