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Operação Lava Jato acusa antigo governador de São Paulo de lavagem de dinheiro


José Serra (Foto de Arquivo)
José Serra (Foto de Arquivo)

A equipa que dirige a Operação Lava Jato no Brasil acusa o senador, antigo governador São Paulo e ex-candidato presidencial José Serra (PSDB) e filha por lavagem de dinheiro.

Nesta sexta-feira, 3, a Polícia Federal (PF) fez buscas na casa em que ele e a filha Verônica Allende Serra moram na Zona Oeste da capital paulista.

Serra não se encontrava em casa por motivos de saúde, segundo a PF, cujos agentes foram recebidos apenas pela ex-mulher de Serra, Mônica Serra

O também antigo ministro das Relações Exteriores do Governo de Michel Temer criticou a operação e disse que as buscas e apreensões realizadas na sua residência foram "medidas invasivas e agressivas".

A assessoria do senador também reagiu dizendo que ação da justiça "causa estranheza e indignação".

"Serra reforça a licitude dos seus atos e a integridade que sempre permeou sua vida pública. Ele mantém sua confiança na Justiça brasileira, esperando que os fatos sejam esclarecidos e as arbitrariedades cometidas devidamente apuradas", lê-se na nota, enquanto o PSDB, partido do senador, afirmou confiar em José Serra e defendeu a investigação dos fatos.

A acusação

O Ministério Público Federal (MPF) diz que a construtora Odebrecht, uma das pivots da Lava Jato, pagou a Serra cerca de um milhão de dólares, no câmbio atual, entre 2006 e 2007, supostamente para usar na campanha ao Governo do Estado de São Paulo e cerca de cinco milhões de dólares, entre 2009 e 2010, para facilitar créditos junto da Dersa, uma empresa estatal paulista extinta no ano passado.

Os procuradores concluíram que houve lavagem de dinheiro com a técnica follow the money ("siga o dinheiro", em tradução livre).

A acusação sustenta que José Serra e a filha Verônica praticaram lavagem de dinheiro nas obras do Rodoanel Sul no exterior de 2006 a 2014.

O senador não vai responder a crimes de que é acusado até 2010, como corrupção, porque já prescreveram em virtude de ter mais de 70 anos.

O antigo adversário de Dilma Rousseff na corrida à Presidência da República em 2010, deve, no entanto, responder por supostos crimes de lavagem de dinheiro que ocorreram após essa data, e que, segundo o o Ministério Público Federal, foram cometidos até 2014.

A acusação sustenta que a cadeia de transferência e ocultação do dinheiro ocorreu de 2006 a setembro de 2014 e foi controlada pela filha Verônica Serra.

Em nota, a Odebrecht diz estar a colaborar com a Justiça.

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