“A comunidade internacional deve considerar enviar uma mensagem forte às autoridades e actores políticos da Guiné-Bissau para demonstrar a necessária vontade política para a organização de eleições legislativas confiáveis e evitar atrasos no processo”, defendeu o secretário-geral adjunto da ONU para Assuntos Políticos, Taye-Brook Zerihoun, na reunião do Conselho de Segurança que nesta sexta-feira, 21, analisou o relatório especial do secretário-geral sobre o Escritório Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (Uniogbis).
Zerihoun, citado pela ONU News, acrescentou que o ano está a terminar bem.
“Temos uma data que eu acho que se vai cumprir porque foram ponderados todos os factores para evitar ter que fazer remarcações”, continuou aquele responsável, que informou que 800 mil pessoas foram recenseadas.
Na sessão, o diplomata considerou que “as próximas eleições legislativas serão muito importantes” mas sublinhou a ideia de que é injusto dizer que vão “garantir um cenário político estável.” Por isso, reiterou que é “necessário continuar a fazer reformas políticas e das instituições para garantir a estabilidade do país.”
Zerihoun advertiu, no entanto, que “apesar do avanço deste ano, e com a probabilidade de evitar a violência generalizada, a Guiné-Bissau corre o risco de passar de uma crise política para outra, a menos que sejam tomadas medidas decisivas pelo governo para cumprir a nova data de eleição decretada pelo governo.”
Ela assegurou que “esses prazos, que estão na lei, certamente foram todos ponderados para bater em Março, portanto, isso é muito bom e vamos ter eleições”.
O relatório analisado pelo Conselho de Segurança recomenda a saída do Uniogbis até o final de 2020.
A proposta é manter a configuração actual até o final das eleições presidenciais, até Junho de 2019, elaborar um plano de transição, até Dezembro de 2019 e a implementação de transição, transferência de tarefas para a equipa da ONU no país e parceiros internacionais e saída da missão até 31 de dezembro de 2020.