O Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas adiou nesta quarta-feira, 20, a votação de uma resolução que procura facilitar o aumento da entrega de ajuda à Faixa de Gaza.
O adiamento visa garantir o apoio dos Estados Unidos para a aprovação da resolução no momento em que o Programa Alimentar Mundial afirma que metade da população está a morrer de fome devido aos ataques militares israelitas.
A votação foi adiada várias vezes, desde segunda-feira, ao mesmo tempo que os diplomatas dos 15 membros do CS procuram uma linguagem de compromisso aceite por Washington.
Os Emirados Árabes Unidos, como representante árabe no órgão, redigiram a resolução e lideram as negociações.
“Como porta-voz, estamos cientes e fazemos parte das discussões de alto nível que estão a acontecer entre as capitais para tentar chegar a um texto que será de fato adotado”, disse a embaixadora dos Emirados Árabes Unidos aos jornalistas.
Lana Nusseibeh acrescentou que o “objetivo primordial desta resolução foi sempre tentar causar um impacto positivo no terreno para as pessoas que mais precisam”.
“Dar um pouco de espaço para a diplomacia adicional pode produzir resultados positivos”, disse a diplomata, quem adiantou que a votação acontece nesta quinta-feira, mesmo sem acordo.
O projecto de resolução “exige” que as partes no conflito “permitam, facilitem e possibilitem a entrega imediata, segura e sem entraves de assistência humanitária em grande escala diretamente à população civil palestiniana em toda a Faixa de Gaza.
O texto também “apela à suspensão urgente das hostilidades” para permitir o acesso seguro e sem entraves à ajuda e a medidas urgentes para uma “cessação sustentável das hostilidades”.
Diplomatas disseram que esta última parte é um grande obstáculo para os americanos.
O texto, se aprovado, também autorizará um mecanismo de monitorização da ONU para confirmar a natureza humanitária dos envios de ajuda para Gaza através de múltiplos pontos de entrada.
EUA confiantes
Em Washington, o secretário de Estado americano afirmou hoje em conferência de imprensa no Departamento de Estado “esperar que possamos chegar a um bom lugar”.
Antony Blinken disse que os Estados Unidos têm estado “na vanguarda” dos esforços para obter mais assistência humanitária aos civis em Gaza, incluindo a abertura das passagens fronteiriças de Rafah e Kerem Shalom”.
“Queremos ter certeza de que a resolução, naquilo que pede e exige, realmente avance nesse esforço e não faça nada que possa realmente prejudicar a prestação de assistência humanitária, torná-la mais complicada”, sublinhou Blinken.
O chefe da diplomacia americana também instou os demais governos a exigirem que o Hamas pare de se esconder atrás de civis, deponha as armas e se renda.
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