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Observatório Eleitoral Angolano adverte que registo eleitoral oficioso pode colocar em causa as eleições


Luís Jimbo, coordenador do Observatório Eleitoral Angolano
Luís Jimbo, coordenador do Observatório Eleitoral Angolano

Em causa a lentidão e a falta de organização do processo

O coordenador do Observatório Eleitoral Angolano (ObEA), Luís Jimbo, manifesta-se preocupado com a lentidão e a falta de organização que continua a experimentar o registo eleitoral oficioso em curso e adverte que, a continuar assim, pode pôr em causa a credibilidade do processo e criar suspeição por parte dos cidadãos.

Em conversa com a VOA, aquele responsável associativo aponta o dedo ao Ministério da Administração do Território (MAT) ao não promover uma “campanha de educação cívica expressiva” no seio dos cidadãos eleitores, nem permitir que organizações afinsparticipem no processo.

Luís Jimbo diz haver muitos cidadãos que desconhecem o seu estatuto de eleitor, adquirido pelo modo da oficialidade, por ser diferente do registo presencial.

“Há um silêncio absoluto e não sei quais são as razões”, denuncia Jimbo, lembrando que, enquanto no registo presencial o cidadão é quem promovia o seu registo, e isso contribuía para adquirir a consciência de que é cidadão eleitor, no registo oficioso é diferente.

O processo

O registo eleitoral oficioso começou em Setembro com a entrada em funcionamento do Balcão Único de Atendimento ao Público (BUAP), designação genérica para as estruturas sob gestão dos órgãos da administração local do Estado encarregadas da execução do processo.

O MAT prevê registar, em todo o país, 12 milhões de cidadãos para as eleições do próximo ano, dos quais 450 mil cidadãos na diáspora, nomeadamente em 57 países e 77 missões diplomáticas.

Durante o processo, prevê, igualmente, actualizar os dados eleitorais de dois milhões de cidadãos.

Segundo o MAT, a Base de Dados de Cidadãos Maiores terá mais de nove milhões de registos.

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