Os dois principais partidos da oposição angolana disseram que o presidente angolano deverá abordar, Quinta-feira, a crise financeira e económica que assola o país, esclarecer o montante da divida que contraiu com a China, as prisões dos activistas acusados de rebelião e ainda os confrontos com membros da seita “A Luz do Mundo” no Huambo.
Mas um porta voz do partido maioritário disse que se é verdade que a questão da situação financeira do pais deve ser abordada, o presidente não deverá abordar “assuntos de outros poderes” como o judicial.
O Presidente Eduardo dos Santos vai falar, Quinta-feira, na abertura de mais uma sessão parlamentar naquilo que é descrito com o seu discurso sobre o estado da nação.
Raul Danda, chefe da bancada parlamentar da UNITA que o presidente deve “resolver problemas e não cria-los”.
"Queremos que ele nos traga soluções para a crise que graça e desgraça o país", disse Danda para quem dos Santos deverá também divulgar ao país “quanto pediu de empréstimo a China, e falar sobre Kalupeteka e o caso de Cabinda”.
Julino Kalupeteka é o líder da seita religiosa “Luz do Mundo” e encontra-se preso desde incidentes no Monte Sumi no Huambo onde a polícia diz terem morrido nove policias e 13 membros da seita.
A oposição diz haver informações de que centenas de pessoas foram mortas.
"Queremos ouvir explicações sobre os muitos angolanos que morreram no Monte Sumi …. E se depois de 36 anos de poder tem uma solução plausível sobre o problema de Cabinda que não passe pelas Kalashinkovs e deve dizer também quanto foi pedir emprestado a China", acrescentou.
O líder da bancada da CASA-CE, André Gaspar de Carvalho diz que no discurso do presidente deve haver “um tema que é incontornável a crise financeira e económica que assola o país e a expectativa 'é que de uma vez por todas o presidente esclareça qual 'é o valor da divida que contraiu com a China".
Miau quer também ver o presidente da republica se debruçar sobre o lixo em Luanda e a prisão dosactivistas.
João Pinto da bancada parlamentar do MPLA acredita que o chefe de estado fale sim da situação económica do país mas não crê que fale dos assuntos de fórum jurídico.
Para Pinto o presidente irá certamente abordar "as dificuldades que o país está a viver com o preço do petróleo a 40 dólares, com os cortes nas despesas públicas”.
“Parece-me que o presidente vai como sempre dar resposta aos grandes problemas políticos do ano mas não creio que fale sobre assuntos de outros poderes como o da justiça", acrescentou