Os constantes adiamentos das eleições autárquicas em Angola não são bons para o país e descredibilizam o governo supo académicos ouvidos na cidade do Lubango.
Para os nossos interlocutores mais do que manchar o nome do executivo de João Lourenço, a não realização das autarquias locais seja por que argumento for, representa um retrocesso no processo de consolidação democrática.
A decisão de adiamento caucionada pela última reunião do Conselho da República por alegada falta de condições não colhe igualmente entre os académicos.
Para o professor Oliveira Miguel, Angola “precisa de repensar o que quer” e a definição de um cronograma de acções até a realização das eleições seria um passo fundamental.
“ Pode -se até defenderque não há condições de fazer as autarquias, mas devia -se deixar claro de que h’aum calendário de acções sobre um período possível em que poderíamos realizar este processo”, disse.
“Ao que se entende não sabe quando é que teremos as autarquias, significa que se a pandemia continuar até ao próximo depois do próximo ano o país nunca terá autarquias”, acrescentou
Na visão do professor Eduardo Bié, a Covid-19 é um bode expiatório para o atraso das eleições.
“ Eu acho que isso atrasa sim o nosso processo de democratização porque um dos passos que precisamos dar no sistema de administração pública é mesmo a descentralização do poder”, disse
Para a UNITA a realização das eleições autárquicas seria o início da partilha do poder em Angola e a antecâmara das eleições gerais de 2022, facto que não é bem visto pelo MPLA.
“ Sente-se ameaçado em partilhar poder porque a autarquia é um elemento fundamental para um holofote daquilo que serão as eleições gerais em 2022”, afirmou
A Voz da América tentou sem sucesso ouvir elementos afectos ao partido no poder na região.