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"Não vemos progressos no campo dos direitos humanos em Angola", diz HRW


Director de Programas da Human Rights Watch revela preocupação com declração de João Lourenço

A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) diz não ter registado mudanças substanciais na questão dos direitos humanos que continuam a ser violados em Angola.

O director de programas daquela organização internacional Iain Levine reforça a sua preocupação com o facto de, numa entrevista recente, o Presidente João Lourenço ter dito que “durante o tempo em que está no poder não tem conhecimento de qualquer violação de direitos humanos”.

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Apesar da expectativa criada em torno do Presidente João Lourenço e de reconhecer a promessa de luta contra a corrupção, com o afastamento, inclusive, de importantes figuras do anterior Executivo, Levine afirma “estar dececpionado por não ver muitos progressos na área dos direitos humanos”

Em conversa com a VOA, o director de programa da HRW revela a sua preocupação com o facto de Lourenço “não ter tido conhecimento de violações dos direitos humanos”, mesmo questionais “recentemente por um jornalista sobre as denúncias da Human Rights Watch”.

Num comunicado assinado pelo director para África Austral, Dewa Mavhinga, nesta quarta-feira, 6, a organização pediu ao Governo angolano que investigue com urgência a aparente execução sumária de um suposto criminal por policias em Luanda no passado dia 1 de Junho.

Para Iain Levine, a situação é mais grave por ser este apenas "um de muitos casos" denunciados de assassinatos de jovens suspeitos de crimes por policias.

“É um problema generalizado e sabemos que há muitos casos em que foram acusados agentes da polícia de crimes semelhantes, mas nunca houve provas evidentes como neste caso”, explica aquele responsável que pede “uma investigação do Governo e medidas” para não voltem a acontecer.

Aquele responsável lembra as denúncias do jornalista e activista Rafael Marques de mais de 50 execuções sumárias no ano passado só em Luanda.

Recorde-se que o Ministério do Interior de Angola divulgou um comunicado a condenar a execução e ordenar a abertura de um inquérito.

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