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Mulheres saem às ruas no sábado para exigirem o fim da violência em Angola


Mulheres protestam em Angola (Foto de Arquivo)
Mulheres protestam em Angola (Foto de Arquivo)

A violência contra as mulheres em Angola é um problema social grave e se manifesta de diversas formas, sublinha Ginga Patrícia, do Movimento Feminista de Angola.

Aumenta o número de casos de violência contra mulheres e meninas em Angola e, ante este cenário, uma marcha de protesto contra essa situação foi marcada para sábado, 25, em Luanda, por associações cívicas.

A ministra da Ação Social, Família e Promoção da Mulher, Ana Paula do Sacramento Neto, disse recentemente que só em 2022, nos centros de aconselhamento familiar das 18 províncias, o Instituto Nacional da Criança (INAC) registou 25.728 casos de violência doméstica, dos quais 17.725 foram praticados contra menores e 8.003 contra adultos.

A violência contra as mulheres em Angola é um problema social grave e se manifesta de diversas formas, sublinha Ginga Patrícia, do Movimento Feminista de Angola, e co-organizadora da marcha.

“Pelo fim de todo tipo de violência contra mulheres, não só da violência interpessoal, como a violência doméstica, a exploração sexual de meninas e mulheres, como também das várias formas de violência institucional contra mulheres, como a violência obstétrica, a falta de estrutura para saúde menstrual de meninas e mulheres, a violência policial, como a mulheres zungueiras e demais trabalhadores do sector informal, a sistemática violência contra as mulheres nas esquadras de polícias, a omissão e conivência de Estado, até mesmo a exploração sexual de meninas e mulheres”, defende Patrícia.

A ativista chama atenção para o fato de que, mesmo com a aprovação da Lei Contra a Violência Doméstica, os autores dos crimes continuam impunes.

“Por isso, apelo a todas e a todos a comparecer, no cemitério do Santa Ana neste sábado, para marcharmos juntos, em prol de uma Angola menos violenta para meninas e mulheres, onde o Estado se comprometa com o fim da violência contra as mulheres através de ações concretas da educação, informação a população facilitação de acesso à justiça, e apoio institucional as vítimas”, diz Ginga Patrícia.

Para o sociólogo Aniceto Cunha, a violência contra as mulheres em Angola se fundamenta nas agressões sociais que as famílias vivem.

“A violência doméstica é resultante da agressão social com que as pessoas e as famílias vivem e a incapacidade meios e formas de se conseguir gerir alguns conflitos interpessoais, que são resultado da exclusão social que são resultado da pobreza que acaba se exteriorizado no comportamento físico”, sustenta Cunha, que defende ações práticas para minimizar a violência contra a mulher "porque a fome não espera”.

Entre os organizadores estão o Movimento Cívico Mudei, o Movimento Feminista de Angola e a ADRA.

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