O MPLA manifestou-se partricularmente agastado com o novo programa da estação televisão privada TV Zimbo, denominado “Fala Angola” e voltado para a crítica social, denúncias de casos de corrupção, abuso de poder e de impunidade.
Numa nota publicada na sua página “online”, o partido no poder em Angola considera que o programa “está a ser transformado num tribunal em hasta pública e palco de exposição gratuita da vida privada de outrem”.
Na nota o MPLA, que apelida de “excêntrico e polémico” o apresentador Salú Gonçalves, considera que o programa está a instigar à “desobediência, a transformar-se num ensaio para a desvirtualização da coesão social”e de assumir um papel, "como se de órgão de soberania se tratasse”.
A direcção da TV Zimbo ainda não se pronunciou sobre a posição do partido no poder em relação ao programa que está no ar há pouco menos de duas semanas.
Entretanto, numa entrevista ao jornal OPAÍS, o conhecido radialista Salomão Bernardo Gonçalves, Salú Gonçalves disse que o programa pretende “alertar as entidades de direito sobre os problemas por que as pessoas passam".
Salú Gonçalves garantiu que as pessoas devem esperar do programa “Fala Angola” uma cobrança que começa no cidadão e termina nos dirigentes, a quem a população depositou o seu voto.
Para o jornalista Ilídio Manuel, a postura do MPLA resulta do facto de querer continuar a controlar a comunicação social.
Manuel diz que a atitude do partido no poder é uma intromissão dos assuntos que são da competência da Entidade Reguladora da Comunicação SocialAngolana (ERCA).
Por seu turno, o jornalista Alexandre Solombe considera que se a TV Zimbo quiser manter o programa tem de estar inspirado mais na realidade angolana e amenizar os seus conteúdos, tendo em conta a insensibilidade de alguns dirigentes do MPLA frente à crítica.