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Morreu o influente saxofonista de jazz Wayne Shorter


Wayne Shorter 
Wayne Shorter 

LOS ANGELES (AP) - Wayne Shorter, um influente inovador do jazz, cujas composições líricas e complexas de jazz e a forma pioneira de tocar saxofone ecoaram por mais de meio século da música americana, morreu. Ele tinha 89 anos.

Shorter morreu na quinta-feira cercado por sua família, em Los Angeles, disse Alisse Kingsley, representante do vencedor de vários Grammys. Nenhuma causa da morte foi dada.

"Compositor visionário, saxofonista, artista visual, budista devoto, marido dedicado, pai e avô Wayne Shorter embarcou numa nova jornada como parte de sua vida extraordinária - partindo da terra como a conhecemos em busca de uma abundância de novos desafios e possibilidades de criatividade", disse um comunicado divulgado por Kingsley.

Shorter, saxofonista tenor, estreou em 1959 e viria a ser um membro fundador de dois dos grupos de jazz mais representativos: Jazz Messengers, de Art Blakey; e o Miles Davis Quintet.

Wayne (Shorter) foi uma das poucas pessoas que trouxe música para Miles Davis e não sofreu alterações
Herbie Hancock

Nas oito décadas seguintes, as colaborações abrangentes de Shorter incluiriam a co-fundação da banda de fusão dos anos 70, Weather Report, cerca de 10 participações em álbuns com Joni Mitchell, Carlos Santana, Steely Dan, entre outros.

Muitas das composições texturizadas e elípticas de Shorter - incluindo "Speak No Evil", "Black Nile", "Footprints" e "Nefertiti" - tornaram-se padrões do jazz moderno e expandiram os horizontes harmônicos do jazz na sua fase de evolução mais rápida.

Herbie Hancock disse uma vez sobre Shorter no Segundo Grande Quinteto de Miles Davis: "Para mim, o principal compositor daquele grupo foi Wayne Shorter. Ele ainda é um mestre. Wayne foi uma das poucas pessoas que trouxe música para Miles e não sofreu alterações."

Hancock elogiou a experiência musical de Shorter e por deixar uma marca especial na sua vida.

Wayne-ismos especiais

"Wayne Shorter, meu melhor amigo, nos deixou com coragem no seu coração, amor e compaixão por todos, e um espírito de busca pelo futuro eterno", disse Hancock num comunicado. "Ele estava pronto para o seu renascimento. Como acontece com todo ser humano, ele é insubstituível e conseguiu atingir o ápice da excelência como saxofonista, compositor, orquestrador e, recentemente, compositor da ópera magistral '... Ifigênia', sinto falta de estar perto dele e de seus Wayne-ismos especiais, mas sempre carrego o seu espírito dentro do meu coração."

Como líder de banda, Shorter lançou mais de 25 álbuns e ganhou 12 prémios Grammy. Em 2015, ele recebeu um Grammy pelo conjunto da obra. No mês passado, ele ganhou um Grammy na categoria de melhor solo de jazz improvisado por "Endangered Species" com Leo Genovese.

O trabalho de Shorter foi executado por várias sinfonias populares, incluindo Chicago, Detroit e Lyon, Orquestra da Rádio Nacional da Polónia e a Orpheus Chamber.

Na sua carreira, Shorter teve mais de 200 composições e foi o homenageado do Kennedy Center em 2018.

"O maestro Wayne Shorter foi nosso herói, guru e lindo amigo", disse Don Was, presidente da Blue Note Records, onde gravou vários álbuns.

"A sua música possuía um espírito que veio de algum lugar muito, muito além e tornou este mundo um lugar muito melhor. Da mesma forma, o seu calor e sabedoria enriqueceram a vida de todos que o conheceram. Felizmente, o trabalho que ele deixou para trás ficará connosco para sempre. Os nossos corações estão com Carolina e todos que o amavam," disse Was.

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