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Morreu ativista anti-apartheid Denis Goldberg


Denis Goldberg, ativista sul-africano
Denis Goldberg, ativista sul-africano

O ativista anti-apartheid sul-africano Denis Goldberg morreu poucos minutos da meia-noite de ontem, revelou nesta quinta-feira, 30, a sua fundação.

“Ele dedicou a sua vida à luta pela liberdade na África do Sul, vamos sentir a sua falta”, lê-se no comunicado.

Goldberg foi ao tribunal ao lado de Nelson Mandela, seu companheiro de luta, no célebre julgamento da Rivonia de 1963-64 e ficou preso por 22 anos.

O Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa expressou as suas profundas condolências pela morte do ativista.

"Este é ... um momento para todos nós apreciarmos a dedicação corajosa de Denis Goldberg à nossa luta e seu ativismo ao longo da vida, no interesse de - e na presença física de - comunidades pobres e vulneráveis em todo o país", disse Ramaphosa em comunicado hoje.. declaração na quinta-feira.

Goldberg, cuja família tinha origens judaicas lituanas, nasceu na Cidade do Cabo em 1933.

Comunista, desde tenra idade, juntou-se à ala armada do Congresso Nacional Africano (ANC) em 1961 contra o regime do apartheid.

Preso em 1963, numa reunião clandestina no subúrbio de Joanesburgo, foi julgado com vários outros, incluindo Mandela e Walter Sisulu.

Denis Goldberg foi condenado por sabotagem e sentenciado à prisão perpétua.

Por ser branco, ele não foi enviado para a prisão de Robben Island juntamente com Mandela e outros prisioneiros políticos negros, seguindo a política segregacionista do regime.

Ele passou a maior parte dos 22 anos de prisão em confinamento solitário numa cadeia de Pretória, até ser libertado em 1985, depois de aceitar a proposta do Governo para não participar de violência política, mas continuou a sua luta anti-apartheid no exílio em Londres.

Em 2016, ao ser homenageado em Londres, ao lado do companheiro de luta Ahmed Kathrada, Denis Goldberg lamentou que seu país continuasse afetado pelas tensões raciais, mais de duas décadas depois das primeiras eleições livres da sua história em 1994.

“A segregação racial foi impressa no espírito de cada sul-africano e ainda há um longo caminho a percorrer”, disse.

O ANC também prestou hoje homenagem a Goldberg, a quem recordou como "um dos primeiros portadores do pesado jugo da liberdade, entre os heróis e heroínas cuja liberdade nunca poderia ser separada da do povo".

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