O jornalista britânico-argelino Mohamed Tamalt faleceu ontem, domingo, depois de uma greve de fome iniciada há seis meses, revelou nesta segunda-feira, 12, a agência Reuters.
"Posso confirmar a morte do jornalista Mohamed Tamalt no hospital Bab el-Oued após uma greve de fome de mais de três meses e um coma de três meses", escreveu a advogada Amine Sidhoum na sua página de Facebook.
Tamalt, jornalista free-lancer e blogueiro de 42 anos que vivia em Londres, foi preso em Junho na Argélia, na sequência de uma série de artigos considerados ofensivos pelo Presidente argelino Abdelaziz Bouteflika.
Colocado em prisão preventiva por "ofender o Presidente" e "difamar uma autoridade pública", ele foi posteriormente condenado a dois anos de prisão por ofensa contra um funcionário público, de acordo com a Human Rights Watch.
Em protesto, Tamalt iniciou uma greve de fome que o levou ao estado de coma, de onde nunca mais saiu.
Ele terá tido uma infecção pulmonar nos últimos dias, provocando a morte.
A organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras pediu uma investigação e disse que a notícia “é um golpe para todos que defendem a liberdade da imprensa na Argélia.
Yasmine Kacha, directora da organização na África do Norte, afirmou ser “urgente que os advogados tenham acesso ao processo médico do jornalista", seguido de um pedido de desculpas público.