Milhares de famílias das comunidades dos Zangos, expulsas após demolições na Zona Económica Especial (ZEE) ameaçam regressar ao local dentro de três dias.
António Martins, coordenador da comissão Ad-Hoc das áreas demolidas dos Zangos, diz que a comunidade escreveu mais de 50 cartas a organismos do Estado sem resposta”.
“Então se o cidadão escreve e em 15 ou 90 dias não obtém nenhuma resposta
há um consentimento que a população deve regressar as suas terras e é isso que faremos", afirmou.
Martins falava numa conferências de imprensa em que moradores daquelas zonas dizem que os residentes que ainda ali se encontram são obrigados a viverem em casas de chapas e as autoridades recusam a entrada de camiões com água.
Dona Antónia de Oliveira, do Zango 3, conta que as tropas ao serviço da ZEE mantêm os moradores numa espécie de cárcere, impedindo a entrada de mantimentos.
No bairro 17 de Dezembro, no Quilómetro 30, conta o coordenador dos moradores Rafael Mwassefo, “a ZEE não permite que construamos as nossas casas nos nossos terrenos, sempre que tentamos eles partem e só permitem que as pessoas vivam em casas de chapas”.
“Para além disso, eles cavam valas para impedir que os carros de água entrem para levar agua à população”, disse, acrescentando que “quem faz isso são os militares que protegem a ZEE e ainda a policia”.
Uma representante do actual PCA da ZEE assistiu a conferência de imprensa, mas, contactado pela VOA, recusou a falar por alegada falta de autorização para o fazer.