Links de Acesso

Mocímboa da Praia: Militares tentam impedir a fuga da população perante escalada de terrorismo


Patrulha das tropas do Ruanda em Mocímboa da Praia, Cabo Delgado, Moçambique
Patrulha das tropas do Ruanda em Mocímboa da Praia, Cabo Delgado, Moçambique

Membros das forças armadas esforçam-se para impedir a fuga massiva de civis, em Mocímboa da Praia, na província moçambicana de Cabo Delgado, depois de insurgentes terem invadido aldeias vizinhas em novos ataques provocando pânico, disseram à VOA nesta quinta-feira, 11, moradores e autoridades.

Desde 5 de Janeiro, os ataques rebeldes atingiram um raio de quase cinco quilómetros de Mocímboa da Praia, e visaram uma ilha perto da cidade e as aldeias Ntotue e Chibanga, onde sete civis foram mortos, devolvendo um clima de terror e insegurança na vila que foi alvo do primeiro ataque dos insurgentes, em de Outubro de 2017.

Mocímboa da Praia: Militares tentam impedir fuga da população perante escalada de terrorismo
please wait

No media source currently available

0:00 0:02:48 0:00

“Uma e outra pessoa vai fugindo”, violando o bloqueio das forças de segurança do Ruanda, que tentam impedir a saída de veículos carregados de vários bens, que evidenciam uma transferência, como camas, colchões e eletrodomésticos, disse em declarações à VOA um morador local.

Para enfrentar a insurgência, Moçambique, além de seus militares e do Ruanda, conta com outros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.

Insegurança

As autoridades municipais em Mocímboa da Praia, confirmaram que centenas de pessoas, incluindo funcionários públicos, professores e enfermeiros, tentaram deixar a cidade a caminho de Mueda e Palma desde os ataques da semana passada.

“Tivemos três dias de terror. A tendência das pessoas é de sair, de facto, das aldeias vizinhas para vir acumular aqui no centro, outras mesmo com intenção de sair de Mocímboa para outros cantos”, disse Vicente Alfândega, porta-voz do Conselho Autárquico de Mocímboa da Praia, realçando que a situação desestabilizou a normalidade na vila.

Conflito sem fim à vista em Cabo Delgado
please wait

No media source currently available

0:00 0:03:16 0:00

Após o ataque à aldeia Ntotue, disse Alfândega, as autoridades evacuaram dezenas de crianças que participavam de um rito de iniciação para uma aldeia vizinha para garantir a sua segurança.

“Não é uma nova vaga de deslocados, mas as pessoas estão intranquilas e a conversa nos corredores é sobre essa situação de terroristas. Esse não é um bom ambiente”, disse.

As tropas moçambicanas e ruandesas, tinham se reunido com os representantes das autoridades no domingo, 7, e instruíram a população a não fugir, dando-lhes garantia de maior patrulha da área e que novos reforços chegavam de Nacala, na província vizinha de Nampula.

EI reivindica

Cabo Delgado assistiu uma escalada repentina de ataques insurgentes nos últimos dias, com o Estado Islâmico a reivindicar cinco incursões, desde o inicio do novo ano, incluindo o ataque que matou um promotor de saúde da organização humanitária Medico Sem Fronteiras, a 5 de Janeiro e outros quatro civis na aldeia Chibanga.

Estes ataques aconteceram após, a 3 de Janeiro, o Estado Islâmico ter anunciado uma ofensiva militar genérica, que designa de campanha “mate-os onde os encontrar”, obrigando todos os seus grupos afiliados a intensificar os ataques.

Na leitura do pesquisador moçambicano, João Feijó, este ano será consolidado o regresso da população às aldeias dos distritos a norte de Cabo Delgado, e os ataques rebeldes vão se concentrar a sul de Mocímboa da Praia e norte de Macomia, sem perturbar o projeto de gás, que dece ser retomado.

Escapando do Pesadelo de Cabo Delgado
please wait

No media source currently available

0:00 0:20:31 0:00

Fórum

XS
SM
MD
LG