A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) decidiu continuar as negociações com o Governo com o seu caderno reivindicativo e, para tal, disse que a greve continua suspensa por, pelo menos, mais duas semanas.
“Não há retoma por mais 15 dias, para dar espaço ao Governo para atender à tensão política, para não sermos confundidos.”, anunciou o presidente da APSUSM nesta segunda-feira, 6, em Maputo.
Anselmo Muchave justificou esta pausa com a “a tensão política a partir de 11 de outubro que acabou interrompendo aquilo que era o diálogo entre a APSUSM com o Governo”.
Embora 45% das reivindicações tenham sido satisfeitas, Muchave afirmou que a Associação aguarda que “que todos os pontos rápidos de resolver já tenham sido alcançados, alguns já estão num bom passo”.
“Por não estarem satisfeitos, ainda, os profissionais de saúde, relativamente aos pontos apresentados na mesa de diálogo, também para não misturar as reivindicações com os resultados das eleições, os profissionais de saúde vão aguardar pacificamente nos seus postos de trabalho, até que a situação se normalize, por mais 15 dias, até ao dia 18 de novembro de 2023”, garantiu Anselmo Muchave.
No caderno reivindicativo dos profissionais de saúde, a APSUSM exige que o Governo providencie medicamentos aos hospitais, que muitas vezes são comprados pelos pacientes, compre camas hospitalares, reforce a alimentação nas unidades de saúde, equipe as ambulâncias com materiais de emergência, entre outros.
Depois de greves em julho e agosto dos profissionais de saúde, que revelaram as enormes deficiências do setor de saúde, a APSUSM decidiu suspender as paralisações até ontem, alegadamente para permitir ao Governo dar mais respostas e tendo em conta também a realização das eleições autárquicas de 11 de outubro.
Na altura, a APSUSM disse que respondeu dessa forma a um pedido do Presidente Filipe Nyusi.
A Associação Médica de Moçambique suspendeu a 2 de outubro a greve que mantinha desde 10 de julho também para permitir negociões com o primeiro-ministro, Adriano Maleiane.
Fórum