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Moçambique: Massa salarial pode degradar a saúde e educação, dizem analistas políticos


Hospital Milange, Zambézia, Moçambique
Hospital Milange, Zambézia, Moçambique

Analistas advertem que Moçambique arrisca-se a ter sectores importantes como saúde, educação e infraestruturas mais degradantes se não reduzir a sua massa salarial, que é considerada bastante elevada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Uma missão do FMI esteve recentemente em Moçambique e uma das constatações que fez foi que os salários são altos, uma avaliação com a qual a economista Estrela Charles está de acordo, porque, sobretudo com a implementação da Tabela Salarial Única, a massa salarial aumentou bastante, embora isso não beneficie as classes mais baixas.

Aquela economista, que é também investigadora do Centro de Integridade Pública (CIP), avançou ser necessário reduzir a elevadíssima massa salarial, que consome cerca de 90 por cento da produção nacional.

Para o analista Egídio Plácido, a avaliação do FMI é correcta e traduz aquilo que é a realidade moçambicana, “porque a nossa economia é essencialmente de prestação de serviços e não produtiva”.

Economia de salários baixos

Mas em sentido contrário vai o economista João Mosca, para quem o posicionamento do FMI visa criar uma economia de salários baixos e de custos também baixos, sobretudo da terra que é quase zero.

“O que o FMI diz não é nada mais do que prolongar as características do subdesenvolvimento da economia moçambicana em benefício das multinacionais de países desenvolvidos”, diz Mosca.

Os sindicatos também não concordam com o posicionamento do FMI, porque o salário da maior parte dos trabalhadores moçambicanos não satisfaz a cesta básica, sendo por isso que, segundo Alexandre Munguambe, da OTM Central Sindical, a luta continua pela melhoria das condições dos trabalhadores.

Entretanto, o ministro moçambicano da Economia e Finanças, Max Tonela, assume que o peso da folha salarial no Orçamento de Estado tem estado a subir, realçando que com esta tendência é difícil que o Estado cumpra as obrigações de construir infraestruturas públicas, bem como prover serviços.

Contudo, aquele governante anotou que, em 2023 e 2024, a tendência será de baixar.

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