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Moçambique: Guerras internas dividem a Frelimo no segundo maior circulo eleitoral do pais


Cartaz da FRELIMO no tronco de uma árvore. Niassa, Moçambique
Cartaz da FRELIMO no tronco de uma árvore. Niassa, Moçambique

Caifadine Manasse, que durante cinco anos foi porta-voz do partido e chefe do departamento de Mobilização e Propaganda, está agora em guerra com 23 dos 28 parlamentares, que com ele integram a bancada da Frelimo na Zambézia, por conta de uma alegação de tráfico de drogas.

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Em causa estão rixas internas, que iniciaram depois de acusações que vieram a público, dando conta da existência de um deputado da Frelimo, pelo mesmo círculo, que estaria a liderar um grupo de tráfico de drogas, a partir do Porto de Macuse, o que levou à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que concluiu não haver qualquer evidência.

Era então o depoletar de clivagens internas, com algumas alas a acusarem o antigo porta-voz do partido, de ter sido o mentor da informação, levando a uma acção de tentativas do que chegou a ser classificado, ao nível dalguma imprensa nacional, de linchamento político de Manasse.

Contra-ataques

Ao nível da Zambézia, alguns membros da Frelimo começaram um movimento para afastar o antigo porta-voz do círculo de convivência política,

Eles argumentam que Manasse revelou falta de sigilo relativamente aos assuntos que dizem respeito à vida do partido e seus dirigentes, incitação à violência, entre outras acusações que levaram a um processo disciplinar, que culminou com a decisão de pedir o seu afastamento do Comité Provincial.

Perante todas as acusações, o antigo porta-voz considera que os seus camaradas imputaram a si, de forma pública e consciente, factos ofensivos à sua honra e bom nome.

Atento ao que se passa no maior partido nacional, Yaqub Sibindi, líder do PIMO - Partido Independente de Moçambique – considera que a guerra no segundo maior círculo eleitoral pode ter a ver com divergências relacionadas com lobbies para a liderança na Frelimo.

Guerras eleitorais

“O que está a acontecer é uma mensagem indirecta para o círculo eleitoral da Zambézia para perceber que a estratégia de manipulação para se encontrar o próximo candidato presidencial da Frelimo, tem que encontrar consenso dentro do círculo da Zambézia”diz Sibindi.

Este político considera que Manasse pode estar a ser vítima de grupos de interesse que, eventualmente, não se quis aliar.

“Sendo um membro do Comité Central e deputado de renome naquele círculo eleitoral, pode acontecer que ele não subscreveu a algumas teorias de conspiração contra a Constituição da República, relacionadas com o terceiro mandato do actual Chefe de Estado e, por isso, lhe fizeram a cama” diz.

Por sua vez, o Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD) julga que que “O antigo porta-voz da Frelimo não quer ‘morrer’ sozinho nesta batalha política”.

“Mais do que processar os 23 deputados, o objectivo de Caifadine é arrastar o partido para a justiça, onde as disputas internas serão expostas ao grande público num ano eleitoral, com todas as consequências que se podem imaginar,” lê-se bo boletim do CDD.

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